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BNDES aprova proposta de venda da Chapecó Alimentos


O presidente da Chapecó, Celso Schmitz, disse ontem que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a proposta de venda do frigorífico, que prevê o acordo de negociação da sua dívida com a instituição. O BNDES deve receber até 3,2% do crédito devido pela Chapecó no momento da venda e terá a perspectiva de chegar a 14% no futuro, de acordo com o ritmo de compensação de créditos vinculados a exportações realizadas pelo frigorífico.

Schmitz lembrou que a aprovação do BNDES é significativa já que ele é o principal credor da Chapecó, com quase 50% do endividamento. Com isso, o executivo passa a trabalhar nos acordos que faltam para concluir a negociação dos passivos e permitir a transferência da empresa sem dívidas, um pré-requisito para a realização do negócio com a Coinbra.

A empresa, do grupo francês Dreyfus, apresentou proposta de compra das quatro unidades da Chapecó por R$ 175 milhões. Parte desse dinheiro deve ser canalizado para o cumprimento de obrigações tributárias e trabalhistas. A dívida da Chapecó com o sistema BNDES (incluindo o banco e a BNDESPar) está em R$ 560 milhões. O presidente da Chapecó já conseguiu solução para cerca de 80% do débito total com instituições financeiras e ainda precisa obter o aval de outras dez. "Estamos lutando contra o relógio", afirmou, numa referência ao prazo para obter os acordos, que se esgota no dia 15.

Entre os fornecedores, a Chapecó já obteve aval para aproximadamente 60% do valor devido. A alternativa de propor um deságio dos débitos aos bancos e fornecedores foi a saída encontrada para chegar à solução da crise. "Se conseguirmos o objetivo, contribuímos para a continuidade do setor e da empresa", avaliou.

Schmitz destacou que o impacto social será significativo se o esforço não der certo. Seriam mais mil funcionários demitidos, além dos 3.100 que já foram desligados. Os funcionários têm a perspectiva de recontratação quando a empresa voltar a operar normalmente. Em seu melhor momento chegou a ter 5.100. Até segunda-feira, todos os débitos da empresa deverão estar negociados ou liquidados.

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