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China quer postergar corte de subsídios


O governo da China informou que não está preparado para fazer cortes adicionais para suas tarifas agrícolas e industriais. Essa decisão pode elevar a frustração de companhias norte-americanas, como a General Electric, em relação ao progresso da China na redução de barreiras comerciais. A China informou à Organização Mundial de Comércio (OMC), em Genebra, que ela e outros membros recentes dessa instituição, incluindo outros países, como a Lituânia, Taiwan e Jordânia, não deveriam ser solicitadas a cortar mais suas tarifas sobre produtos agrícolas, industriais ou de consumo.

O país mais populoso do mundo declara que já encontra dificuldade para cumprir os compromissos que assumiu no momento em que se associou à OMC em dezembro de 2001. "A redução adicional da tarifa e a até maior pressão de importação que se seguiria, vão deteriorar o desemprego e afetar adversamente a estabilidade social e a subsistência da população", afirmou o governo chinês em um documento para a OMC.

A China informa que tem 900 milhões de produtores agrícolas, 200 milhões dos quais são "trabalhadores excedentes", e outras 24 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza. Há ainda milhões de trabalhadores desempregados nas cidades.

Os Estados Unidos dizem que o governo chinês tem sido lento em reduzir as tarifas comerciais e os subsídios, tolhendo as companhias norte-americanas que investiram pesadamente na China, como a 3M, a Gillette e a Procter & Gamble. O governo Bush está ampliando o exame das práticas comerciais da China, disse o secretário do Comércio dos EUA, Donald Evans, no mês passado. A China responde que já fez o bastante. A sexta maior economia do mundo informou que "fez amplos e substanciais compromissos tarifários" e está enfrentando "enorme pressão" para implementar essas normas.

Até agora, o progresso sobre todos os tópicos nas conversações da OMC, variando de serviços financeiros a produtos manufaturados, e com término marcado para 2005, foram paralisadas pelas divergências entre a União Européia (UE) e os EUA sobre como abrir seus mercados para os produtos agrícolas. Os ministros de todos os 146 países integrantes da OMC vão se reunir no balneário mexicano de Cancún no próximo mês, em um esforço para avançar as conversações. Os EUA, a UE e o Canadá apresentaram, na semana passada, uma proposta conjunta para reduzir as tarifas internacionais pagas sobre os produtos industriais que segundo eles vão beneficiar os países pobres e também as companhias exportadoras.

Essa proposta, assim como uma minuta elaborada pelo diretor de negociações sobre tarifas industriais, já reconheceu que os países que associaram-se recentemente à OMC precisam ter mais flexibilidade, disse Mary Irace, vice-presidente do Conselho Nacional de Comércio Exterior, em Washington, que representa companhias como a Eastman Kodak, a Procter & Gamble e a Merck. "A China compreende os benefícios de ampliar a abertura do comércio", disse Irace. "O país foi favorecido pela abertura de seus mercados e isso é uma oportunidade que só surge uma vez em alguns anos".

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