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Retomada campanha contra agrotóxicos ilegais


Após a apreensão de dois mil quilos de defensivos agrícolas ilegais no Brasil durante o ano passado, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) e a Associação Nacional dos Distribuidores de Defensivos Agrícolas (Andav) retomaram, no início do mês, a campanha contra pirataria de agrotóxicos.

Representantes de um setor que movimentou US$ 1,95 bilhão em 2002, as duas entidades estimam que as indústrias deixaram de arrecadar entre US$ 20 milhões e US$ 25 milhões por causa da utilização dos produtos ilegais. Boa parte do prejuízo deve ter sido registrado por empresas que atuam no Paraná.

De acordo com o diretor executivo do Sindag, Amaury Sartori, o Estado é o segundo maior consumidor brasileiro de defensivos, tendo movimentado US$ 400 milhões no ano passado. ''Corresponde a 20% do total das vendas'', contabilizou. Outros estados que registraram apreensões foram Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Goiás.

Herbicidas para soja e trigo - culturas cuja produção paranaense é significativa - são os dois principais agrotóxicos contrabandeados utilizados no País. Mais baratos que os similares legalizados, esses produtos chegam ao Brasil em pequenos envelopes de 30 gramas que são suficientes para tratar um hectare. ''É muito fácil de transportar'', disse.

As consequências sobre o uso dos piratas não são muito conhecidas. Conforme Sartori, há relatos de fitotoxicidade que resultam em plantas queimadas, desenvolvimento atrasado da lavoura e consequente perda de produtividade.

O Sindag suspeita que os agrotóxicos contrabandeados sejam de origem chinesa e cheguem aos produtores brasileiros através das fronteiras com Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia. ''A legislação desses países é menos rígida'', comentou, acrescentando que o fato dos fabricantes não tentarem obter o registro brasileiro gera suspeitas. ''Como saber se esses produtos não contém impurezas nocivas ao meio ambiente?'', questionou.

As apreensões de agrotóxicos ilegais foram viabilizadas pelo serviço Disque-Denúncia (0800 940 7030). Até o momento, segundo o sindicato, foram registradas mais de mil ligações. Para este ano, a expectativa é dobrar o volume de denúncias. As entidades asseguram o anonimato dos denunciantes e garantem que o sistema não utiliza identificador de chamadas.

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