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Argentina já fala em adotar cota contra produto brasileiro


O governo argentino já admite a possibilidade de adotar "mecanismos de compensação" para equilibrar o que o empresariado local chama de "defasagem comercial" com o Brasil. No curto prazo, a alternativa poderia ser a adoção de cotas para a entrada de produtos brasileiros no país e, no longo prazo, a criação de um instituto que tivesse o poder de arbitrar confltos entre empresários de ambos os lados.

"O governo argentino busca adotar mecanismos para compensar essa defasagem no curto prazo? Sim", disse à Folha Juan Pablo Lohlé, que em 20 dias assume a vaga de embaixador argentino no Brasil. Nos últimos dias, o Brasil tem sido alvo de duras críticas de setores empresariais argentinos, que denunciam uma "invasão" de produtos brasileiros.

A discussão se acirrou no início da semana, quando a Argentina anunciou o seu primeiro déficit comercial mensal com o Brasil desde dezembro de 1999 _de US$ 34 milhões. No ano, no entanto, o saldo ainda é positivo em US$ 500 milhões para a Argentina.

Panos quentes

As diferenças entre os presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Néstor Kirchner (Argentina) são "coisas da imprensa", de acordo com o futuro embaixador argentino no Brasil, Juan Pablo Lohlé. Ontem, o jornal "Ámbito Financiero" veiculou uma nota em que afirmava que, na opinião do presidente da Argentina, Néstor Kirchner, o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva tem sido "demasiadamente" próximo dos Estados Unidos para conduzir as negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e condescendente com exigências do FMI (Fundo Monetário Internacional).

"Lula se equivocou com os EUA, se aproximou demais, não vai ganhar nada. Eu, comparado com ele, vou jogar mais duro", teria dito Kirchner. Lohlé negou ser essa a posição do governo argentino sobre o Brasil. "Não [houve essa declaração por parte de Kirchner]", afirmou o embaixador. "São coisas da imprensa."

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