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Brasil exporta cerca de 70% da produção de cítricos


Com mais de 1 milhão de hectares de plantas cítricas em seu território e movimentando anualmente US$ 2 bilhões neste setor, o Brasil é considerado o maior produtor mundial de laranja. A maior parte da produção brasileira, que supera 400 milhões de caixas e está concentrada no interior de São Paulo, é comercializada em forma de suco, sendo destinada, principalmente, para o exterior.

Do total colhido nos campos brasileiros, cerca de 70% é consumido em outros países, sendo que mais de 90% deste volume sai do País como suco, segundo dados da Associação Brasileira de Exportadores de Cítricos (Abecitrus). A União Européia é o principal destino. Somente em abril deste ano, os países europeus adquiriram mais de 59 mil toneladas do suco. Atender mercados tão exigentes em relação à qualidade significa atenção redobrada à eficiência logística.

O cuidado começa na colheita da laranja, sendo necessário colocá-las em embalagens especiais, feitas com madeira tratada para que os fungos não se proliferem. "Por isso, a maior parte dos empresários do setor opta por processar a laranja, transformando-a em suco assim que a mesma é retirada dos pés. O produto "transportado em caminhões tambores e depois em containeres climatizados", explica Antonio Carlos Alvarenga, gerente de projetos da Kom International/ABGroup.

Existe ainda outras dificuldades a serem vencidas como a manutenção da temperatura do produto e a preocupação com as avarias sofridas ao longo do percurso. Cada País faz uma exigência diferente quanto ao armazenamento durante o transporte para o exterior, feito em navios. "As embalagens ganham importância nesta etapa. Até porque, no caso do fruto ser exportado, é preciso chegar ao destino como se tivesse sido tirado há pouco da árvore", complementa Alvarenga.

Em todo o Brasil, apenas nove empresas estão cadastradas na Abecitrus, entidade que reúne os exportadores de frutas cítricas. A Cutrale, estabelecida em Araraquara, São Paulo, e fundada há 36 anos é uma delas. Segundo Marcio Ramos Soares de Queiroz, diretor jurídico da empresa, a missão da empresa é transformar a laranja em suco e entregá-lo no porto. Depois, tanto a logística quanto as taxas alfandegárias são incumbências dos compradores.

"Nosso trabalho termina quando o produto sair dos portões da empresa", diz o executivo. A partir de então, a responsabilidade é do importador. "Além de preço, o padrão de qualidade deve ser elevado", comenta Queiroz, acrescentando que ingressar neste mercado não ' tarefa das mais fáceis. O empresário precisa lidar com concorrência acirrada e os trâmites burocráticos na hora de enviar os produtos para fora do Brasil.

"Produtos perecíveis não permitem erros. Não só pela perda de qualidade, mas também por causa da deteriorização da mercadoria", alerta o gerente de projetos da Kom International/ABGroup.

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