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Safra recorde de grãos estimula crédito agrícola


Os bons resultados do agronegócio estimulam o crédito na área rural.

A carteira de empréstimos ao campo foi a que mais cresceu de janeiro a abril de 2003, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento da consultoria Lopes Filho, com base nos últimos dados do Banco Central.

O total de operações de crédito do sistema financeiro era de R$ 363,394 bilhões em abril, com elevação de 10,5% em relação ao mesmo mês de 2002 (abaixo da inflação medida de 16,8%, pelo IPCA). Já os financiamentos do setor rural somavam R$ 36,301 bilhões, com expansão bem superior, de 32,1%.

A safra de grãos que está sendo colhida (2002/2003) deve ser recorde e atingir 115,2 milhões de toneladas, ante 96,7 milhões em 2002, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - o que significa crescimento de 19%. Com os preços atrativos no exterior e o real desvalorizado, os agricultores, especialmente os da soja, principal cultura exportadora do País, ganharam no mercado.

Segundo o economista João Augusto Salles, da Lopes Filho, a boa fase explica a maior demanda por crédito rural, a que mais se expandiu em relação aos outros setores privados. Na comparação entre abril deste ano e o mesmo mês de 2002, o estoque de empréstimos para a indústria subiu 12,14%, o da habitação avançou 2,08%, do comércio, 10,75% e de pessoas físicas, 3,5%.

O Banco do Brasil, com o papel de maior financiador do setor rural, deve emprestar R$ 15 bilhões para a safra 2002/2003, segundo o diretor de Agronegócios, Derci Alcântara. "Percebo grande aplicação em irrigação, qualidade das máquinas e tecnologia. A tendência é de aumento da área cultivada e melhora da produtividade."

O presidente da consultoria Austin Asis, Erivelto Rodrigues, ressaltou que todos os bancos (públicos e privados) são obrigados a destinar 25% dos depósitos à vista para a agricultura. O BB, além desse porcentual, ainda destina 30% dos depósitos de poupança e é responsável por quase dois terços desse mercado, segundo o próprio banco.

O diretor da área de câmbio e rural do Unibanco, Ângelo Vasconcelos, disse que a instituição está atenta ao crescimento do agronegócio e percebe a importância dos produtos na pauta de exportações. Segundo ele, além de emprestar os 25% dos depósitos à vista, o Unibanco procura atender empresas com financiamentos a comércio exterior e repasse de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A carteira rural é de R$ 700 milhões, com "inadimplência tendendo a zero", afirmou.

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