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Ritmo de entrega de café a cooperativas está lento

O ritmo de recebimento de café beneficiado nas cooperativas está mais lento que o esperado


O ritmo de recebimento de café beneficiado nas cooperativas está mais lento que o esperado, segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC) e da Cooperativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas da Região de Franca (Cocapec), em São Paulo. "O ritmo pequeno de entrada do produto causa a impressão de que a safra possa ser menor que as 32 milhões de sacas estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)", diz Miarelli.

Até esta segunda-feira (25-07), a Cocapec tinha recebido 25% das 500 mil sacas do depósito total que espera para este ano. De acordo com Miarelli, a expectativa era de que volume entre 30% e 35% do total estivesse depositado. A colheita na região da Cocapec chega a 60% do total, segundo o presidente da cooperativa.

A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) já recebeu 500 mil sacas das 2,5 milhões de sacas estimadas para o ano, o equivalente a 20% do total. A colheita na região também é estimada em 60% do volume previsto. A diferença entre a parcela recebida e colhida deve-se ao período de dez a 15 dias necessário para a secagem dos grãos, além do tempo gasto para beneficiamento, de acordo com o gerente de classificação da Cooxupé, Carlos Cesar Gomes.

Na avaliação do analista Gil Barabach, da consultoria Safras & Mercado, além do prazo de secagem e beneficiamento dos grãos, o percentual recebido pelas cooperativas inferior à parcela colhida pelos cafeicultores pode ser atribuído à entrega a exportadores do café cujas vendas foram comprometidas antecipadamente para pagamento de Cédula de Produto Rural (CPRs). "É preciso analisar o ritmo de embarques do café que não passa pelas cooperativas", diz Barabach.

O analista lembra que alguns produtores adiam as entregas às cooperativas para reduzir os custos com armazenagem. "Como a safra será pequena, os produtores deixam o café nas fazendas durante mais tempo", completa Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes.

De acordo com levantamento da Safras & Mercado, 57% do total de café estimado foi colhido até 18 de julho, com avanço de sete pontos percentuais em relação à semana anterior. "Apesar de as chuvas nas regiões produtoras serem mais esparsas e em volumes menores que as do ano passado, estão prejudicando um pouco a qualidade dos grãos", afirma o analista da consultoria.

Segundo o gerente de classificação da Cooxupé, 70% das 500 mil sacas recebidas são de qualidade média para melhor. "Os outros 30% estão comprometidos devido às chuvas constantes. Não sabemos o grau do café que está no chão", diz, afirmando que o comprometimento poderá ser de 35% do total se as chuvas forem interrompidas. "Caso não pare de chover, a parcela poderá chegar a 40%", avalia Cesar.

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