Qualidade da distribuição na pulverização de defensivos

Os defensivos devem ser aplicados com a máxima eficiência possível, sendo necessário estudarmos a deposição, a cobertura e a deriva da calda. A qualidade da distribuição da pulverização por vezes é deixada de lado, mas influencia severamente a eficácia do controle químico. Uma distribuição uniforme tem como característica um baixo coeficiente de variação da distribuição, tanto no sentido transversal (que depende do bico utilizado, sobreposição dos jatos e posição da barra em relação ao alvo) como no longitudinal. O defensivo deve ser distribuído de forma uniforme ao longo da barra e dentro da faixa de pulverização para obtermos eficiência no controle químico.

Uma aplicação desuniforme resulta em superfícies com quantidades insuficientes de produto ou excessivas do produto. Quando ocorre excesso do defensivo em algum local, temos o desperdício do produto e problemas de fitotoxicidade, aumentando os custos de produção. Já quando a quantidade é insuficiente, ocorre um controle deficiente, resultando em perdas na lavoura e disseminação das pragas e doenças, além da possibilidade de promover a resistência do alvo. Quando ocorrem esses problemas, é comum os produtores aumentarem o número de pulverizações, resultando também em aumento do custo de produção.

Quando o defensivo é aplicado com a dose mínima, este fator se torna mais importante ainda. Com doses e volumes de calda reduzidos, a uniformidade na distribuição deve ser mantida, pois, caso contrário, a dose que atinge o alvo pode ser insuficiente para promover o controle. A uniformidade de deposição é responsabilidade do sistema formador de gotas, que deve estar bem regulado.

Logicamente outros fatores também influenciam muito na eficiência da pulverização de defensivos, como você pode ler na nossa seção sobre tecnologia de aplicação, e nessa página vamos entender a qualidade da distribuição.

Fatores que afetam a qualidade da distribuição na pulverização de defensivos

Diversos fatores podem influenciar a qualidade da distribuição de uma pulverização, são eles:

• Altura da barra
• Estabilidade da barra
  • movimento vertical (inclinação para cima / para baixo)
  • movimento horizontal (guinada para direita / esquerda)
• Condições climáticas
• Bicos
  • tipo
  • espaçamento
  • sobreposição
  • pressão
  • vazão
  • ângulo de pulverização
  • qualidade do padrão de pulverização
• Desgaste dos bicos
• Entupimento dos bicos
• Entupimento dos filtros
• Perdas de pressão
• Montagem
• Velocidade de operação e turbulência

Medindo a qualidade da distribuição na pulverização de defensivos

Existem diversos modos que possibilitam a medição da distribuição de pulverização. A avaliação pode ser feita em uma banca de ensaios padronizada. Fabricantes de pulverizadores e estações de pesquisa possuem dispositivos que coletam a pulverização de bicos em uma barra, conduzem o produto para vasos para avaliação quantitativa. Na nossa página sobre inspeção de pulverizadores agrícolas, explicamos um teste para você verificar a uniformidade da vazão das pontas de pulverização.

Para entender melhor os fatores que influenciam na qualidade da distribuição, recomendamos as leituras abaixo no nosso portal:

• Como evitar a deriva na aplicação de defensivos?
• Leia tudo sobre as pontas / bicos de pulverização agrícola
• Principais regulagens em pulverizadores de barras
• Como fazer a calibração em pulverizadores agrícolas de barras?
• Como fazer a inspeção de pulverizadores agrícolas?
• A importância do volume e pressão na aplicação de defensivos

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

Referências:

BAESSO, M. M.; MAGNO JUNIOR, R. G.; TEIXEIRA, M. M.; RODRIGUES JUNIOR, F. A.; RUAS, R. A. A. AVALIAÇÃO DA UNIFORMIDADE DE DISTRIBUIÇÃO VOLUMÉTRICA DE BICOS HIDRÁULICOS EM PULVERIZADOR COM ASSISTÊNCIA DE AR. Revista Engenharia na Agricultura - REVENG, [S. l.], v. 17, n. 2, 2009. DOI: 10.13083/reveng.v17i2.119. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/reveng/article/view/107. Acesso em: 29 jun. 2023.

CONTIERO, R.L., BIFFE, D.F., and CATAPAN, V. Tecnologia de Aplicação. In: BRANDÃO FILHO, J.U.T., FREITAS, P.S.L., BERIAN, L.O.S., and GOTO, R., comps. Hortaliças-fruto [online]. Maringá: EDUEM, 2018, pp. 401-449. ISBN: 978-65-86383-01-0. https://doi.org/10.7476/9786586383010.0015.