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Leia sobre os diferentes tipos de pulverizadores agrícolas terrestres

Leia sobre os diferentes tipos de pulverizadores utilizados na produção agrícola.


Os pulverizadores são máquinas agrícolas que aplicam os agrotóxicos de forma eficiente. Essas máquinas buscam produzir a maior quantidade de gotas para realizar uma boa cobertura do alvo, mantendo uma pressão adequada durante a pulverização.

 

Componentes dos pulverizadores agrícolas

Os pulverizadores possuem diversos componentes que podem variar conforme o modelo, tecnologia e tipo. Os principais componentes são:

  • Tanque de armazenamento: é o reservatório onde armazena-se a calda a ser aplicada;
  • Mecanismo agitador: agita a calda mantendo-a sempre homogênea;
  • Filtros: impedem a passagem de impurezas da calda para os aspersores;
  • Bombas hidráulicas: bombeiam a calda do tanque de armazenamento para os sistemas aspersores;
  • Regulador de pressão: controla a pressão do líquido dentro do sistema de aspersão;
  • Manômetro: mede a pressão no sistema;
  • Barra de pulverização: leva a calda aos bicos de pulverização na barra;
  • Bicos de aplicação: pulverizam a calda em gotículas em direção ao alvo.

 

Tipos de pulverizadores agrícolas

Existem diversos tipos de pulverizadores, que podem ser classificados da seguinte forma, segundo a ANDEF.

 

Pulverizador costal manual

São equipamentos mais simples, acoplados nas costas do operador e acionados por alavanca, geralmente equipados com bomba de pistão, e possuem reservatório de calda de 5 a 20 litros. Alguns, utilizados em jardinagem, são menores, com capacidade de 0,5 a 5 litros de calda. A válvula reguladora de pressão proporciona padronização do tamanho de gota gerada. Esse pulverizador é bastante comum em pequenas áreas de lavoura, olericultura ou pulverização complementar em áreas previamente pulverizadas com tratores de barras.

Clique aqui para ler sobre a regulagem e calibração de pulverizador costal de defensivos.


Foto: Embrapa

 

Pulverizador costal motorizado

São bastante utilizados em aplicações de agrotóxicos em pequenas áreas ou em locais de difícil acesso e/ou topografia irregular, bem como desinfecção de estábulos e tratamento de carrapatos na agropecuária. São mais caros que os manuais e requerem mais manutenção, além de serem mais pesados, desconfortáveis e barulhentos. Como o alcance do jato é maior, são mais adequados para uso em plantações altas ou campos onde é difícil caminhar. Também é comum o uso deste equipamento em pulverização nas cidades para o controle de insetos, na forma de neblina (seu se desloca com o vento), para atingir pontos de difícil acesso.

 

Pulverizador tipo pistola

São equipamentos de fácil manuseio, com um funcionamento simples. Possuem um sistema de ar comprimido, e ao apertar o gatilho da pistola, ocorre uma pressão no equipamento, que esguicha o defensivo no alvo. Geralmente é acoplado a uma mangueira, aumentando o alcance da aplicação. As mangueiras devem ter indicação da pressão máxima de trabalho, que deve ser pelo menos 20% superior à máxima pressão da bomba. Além disso, as mangueiras devem ser posicionadas de forma que, em um possível escape ou vazamento, o trabalhador tenha o menor contato possível com os defensivos. Pode ter acionamento manual ou elétrico.
Alguns autores defendem que a aplicação manual com pistolas é a forma de pulverização que cobre melhor as partes de difícil acesso em culturas arbustivas e arbóreas, porém, claro, existe a desvantagem da grande mão-de-obra e grande volume de água necessário.

 

Pulverizadores hidráulicos de barras

Junto com pulverizadores turbo atomizadores, são os pulverizadores mais utilizados para a aplicação de agrotóxicos. Trata-se de barras acopladas com uma mangueira e diversos bicos de pulverização, podendo pulverizar grandes áreas. Podem ser acoplados a tratores ou serem autopropelidos. Geralmente são usados em culturas mais rasteiras, como as anuais de fibras, grãos, pastagens etc.

A escolha do modelo adequado considera o local de cultivo e cultura. Existem barras com até 42 metros de comprimento, e as barras grandes possuem sistemas de estabilização e amortecimento de movimentos. Nos equipamentos mais tecnológicos, existem sensores que ajustam a altura da barra em relação ao solo. Podem ser "barra seca", quando a calda percorre por mangueiras independentes da estrutura da barra, ou "barra úmida", quando a calda flui através de um tubo integrante da estrutura da barra.

Clique aqui para ler sobre a regulagem e calibração de pulverizadores de barras.

 

Pulverizadores turbo atomizadores

Possuem um sistema de assistência de ar, com um ventilador de grande vazão de ar que, junto com defletores, expele o ar em forma de um leque perpendicular à direção da máquina. A energia para movimentar os ventiladores pode vir da TDP ou de um motor próprio. São comuns em culturas perenes com copas grandes e densas, como as frutíferas por exemplo, pois possuem bastante energia para proporcionar uma boa cobertura na pulverização.
Os ventiladores podem ser de fluxo axial ou radial. Nos de fluxo axial, o ar é movimentado paralelamente ao eixo, e expele o ar passando pela barra com auxílio de defletores.

Clique aqui para ler sobre a regulagem e calibração de pulverizadores turbo atomizadores.

 

Drones e aviões

Você pode ler sobre estes equipamentos nas nossas páginas de aplicação aérea de defensivos.

 

Os pulverizadores autopropelidos

Criados na década de 1940, os autopropelidos começaram a ser fabricados no Brasil no final dos 1980, quando atendiam até 30 hectares por hora. Podem ser máquinas originalmente projetadas como autopropelidos, e pulverizadores autopropelidos montados em tratores, estes últimos, com menor porte e velocidade operacional limitada à velocidade do trator.

Os pulverizadores originalmente projetados como autopropelidos possuem reservatórios com diversas capacidades, diferentes cabines, tipos de tração, tecnologia, velocidade (podendo alcançar até 40 km/h em condições favoráveis), posição das barras, número de bicos etc. As barras, que podem ter até 42 metros de comprimento, podem ter bicos múltiplos, facilitando a troca da ponta de pulverização com rapidez. O tanque pode ter até 4500 litros, podendo pulverizar centenas de hectares por dia. Devido à essa maior robustez, são máquinas utilizadas em grandes áreas.

Os autopropelidos já possuem uma certa tecnologia embarcada em harmonia com a agricultura de precisão. Podem possuir diversos sensores, computador de bordo, softwares, GPS etc. 

Como vantagens dos pulverizadores autopropelidos, podemos citar:

  • Pulverização com maior precisão;
  • Alto rendimento operacional;
  • Melhor planejamento da pulverização;
  • Otimização do uso de insumos;
  • Baixo risco de intoxicação e maior conforto ao operador;

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA VEGETAL • ANDEF. MANUAL DE TECNOLOGIA DE APLICAÇÃO. [S. l.: s. n.], 2000.

CASALI, A. L. Caracterização, Avaliação e Classificação dos Pulverizadores Autopropelidos Produzidos no Brasil. Orientador: Prof. Dr. Arno Udo Dallmeyer. 2015. Tese de doutorado (Doutor em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, 2015.

CHAIM, A. Manual de Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos. 1. ed. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2009.

FARIAS, M. S. de; SCHLOSSER, J. F.; ESTRADAL, J. S; MARTINIL, A. T. M.; BARBIERILL, J. P.; Critérios técnicos para a seleção de pulverizadores autopropelidos comercializados no mercado brasileiro. Ciência Rural, Santa Maria, v.45, n.5, p.939-942, mai. 2015.

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