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O que são e quais as vantagens dos atomizadores na aplicação aérea de defensivos?

Leia sobre os atomizadores na aplicação aérea de defensivos, quais são suas vantagens e quais são seus componentes.


Nesta página, vamos ler sobre os atomizadores na aplicação aérea de defensivos, quais são suas vantagens e quais são seus componentes. Caso você queira ler sobre a calibração, regulagem e manutenção dos atomizadores, clique aqui.

O atomizador ou bico rotativo é um elemento gerador de gotas na pulverização aérea de defensivos líquidos. Ele substitui os bicos hidráulicos ou pneumáticos, o seu uso é bastante comum, e o mecanismo de geração de gotas é diferente dos bicos hidráulicos.

No atomizador, a calda atravessa um eixo oco e vai de encontro a uma tela ou conjunto de discos rotativos (dependendo do modelo), que quebram o líquido em gotas através da força centrífuga. Posteriormente, o líquido pré-fragmentado é lançado para fora do atomizador, sofrendo o impacto com o ar e se fragmentando mais ainda. O número de atomizadores na barra de pulverização depende do modelo, tamanho das barras e recomendação do fabricante. Normalmente são utilizados entre 6 e 8 atomizadores por aeronaves, mas em alguns casos são utilizadas diferentes quantidades. Como são utilizados em menor quantidade, o orifício de saída é maior para compensar o volume, dessa forma, o risco de entupimento é menor.

 

O ajuste do tamanho da gota é feito através da velocidade de rotação das hélices que rotacionam através do efeito causado pelo ar durante o deslocamento do avião. Para se ajustar a velocidade de rotação, ajusta-se o ângulo das pás. Além disso, os bicos rotativos possuem regulagens individuais, permitindo uma vazão diferente em cada um, melhorando a uniformidade do perfil de pulverização.

Os atomizadores possibilitam o uso de caldas com baixo e ultrabaixo volume, além de terem menor entupimento do que pontas hidráulicas, permitindo a aplicação de caldas complexas ou até fertilizantes sólidos diluídos em água. Além disso, permitem um ajuste simples do tamanho de gotas, podendo produzir gotas extremamente finas, muito finas e finas, que são necessárias em aplicações com volumes reduzidos, mantendo boa cobertura dos alvos. Outra vantagem é o fato de que os atomizadores geralmente possuem maior uniformidade de gotas. Claro, tal fato depende do modelo e regulagem. Essas vantagens tornaram popular o uso de atomizadores em detrimento de pontas hidráulicas.

 

Atomizadores x bicos hidráulicos

É comum a dúvida sobre qual equipamento utilizar: atomizadores ou bicos hidráulicos. Em diversas ocasiões, o resultado final é semelhante com os dois equipamentos. Para escolher o melhor sistema, devemos avaliar o tamanho de gotas, uniformidade de gotas, taxa de aplicação, arraste aerodinâmico etc. Os atomizadores devem possuir uma boa precisão de fabricação, não deve-se misturar modelos diferentes e deve-se evitar o corte de pás ou adaptações, pois estes comprometem a qualidade da aplicação.

 


Atomizadores utilizados em aviões agrícolas.
Imagem: Castor Becker Júnior/SINDAG

 


Bicos hidráulicos utilizados em aviões agrícolas.
Imagem: Castor Becker Júnior/SINDAG

 

A maioria dos modelos de atomizadores forma gotas de muito finas a médias, o que deve ser considerado, principalmente em situações com chance de deriva. Alguns modelos geram gotas maiores, porém não são comuns no mercado. Além disso, muitos modelos têm limitação quanto à vazão máxima por unidade, limitando a taxa de aplicação, a menos que se aumente o número de atomizadores na barra, o que nem sempre é possível. Além disso, muitos pilotos evitam o uso de atomizadores devido ao arraste aerodinâmico promovido pelos atomizadores.

Assim, observa-se que a escolha entre atomizadores e bicos hidráulicos é complexa, devendo-se avaliar o cenário e todas as variáveis. Em alguns casos, o resultado com ambos será muito semelhante, em outros, haverá grandes diferenças na qualidade da aplicação.

 

Constituição dos atomizadores

Os atomizadores são constituídos pelos seguintes componentes:

Componentes externos:

  • Cilindro (tambor): de tela ou de discos, fraciona o líquido em gotas. O tambor de tela é composto por um cilindro de malha metálica, fixado ao cubo das pás. A malha pode ser alterada pelo usuário para malhas maiores, necessárias para aplicações de produtos sólidos em suspensão. Já o tambor de discos é elaborado por um conjunto de discos plásticos ranhurados, montado em torno do eixo e também fixado ao cubo pelas pás. O diâmetro do tambor varia conforme o modelo do atomizador. O cilindro e o cubo devem ser balanceados para evitar vibrações.
  • Cubo / pás do atomizador: parte que é fixada ao tambor de tela, sendo encaixadas as pás que promoverão a rotação do conjunto. O cubo possui rolamentos que podem ser blindados ou com bico para lubrificação externa (sendo necessária a inspeção diária quanto à necessidade de graxa). O ângulo das pás é variado conforme a rotação desejada, sendo ajustado manualmente. Os fabricantes informam nos catálogos a rotação necessária para obter um determinado diâmetro de gotas, bem como o ângulo necessário para obter uma desejada rotação, em uma determinada velocidade e vazão.
    Em aeronaves menos rápidas utiliza-se pás mais longas, ao passo que aeronaves mais velozes utilizam pás mais curtas. Não é recomendado o corte das pás;
  • Eixo: o eixo dos atomizadores é oco, permitindo a circulação da calda pelo seu interior. Na extremidade anterior, o eixo é fixado no suporte do atomizador. O Micronair possui uma válvula de segurança (antigotejamento) na extremidade posterior, evitando que o líquido contido no interior do eixo possa vazar.
  • VRU: a Unidade de Restrição Variável ajusta o fluxo de água ou calda para o interior do eixo, até ser admitido no interior do atomizador. É importante conferir a vazão de cada atomizador presente na barra. Alguns fabricantes disponibilizam a vazão dos atomizadores já considerando os componentes que restringem a vazão.
  • Freio: a maioria dos atomizadores não possuem freio. Quando se deseja frear a rotação das pás, é necessário colocá-las em um ângulo de 90º, conhecido também como "passo bandeira", que é o ângulo que não causa a rotação do atomizador.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

CARVALHO, F. K.; CUNHA, J. P. A. R. da. Atomizadores Rotativos para Aplicação Aérea. In: ANTUNIASSI, U. R.; BOLLER, W. Tecnologia de Aplicação Para Culturas Anuais. 2. ed. Passo Fundo, RS: Aldeia Norte, 2019. p. 183-196.

MONTEIRO, M.V. de M. Compêndio de Aviação Agrícola. 3ª ed. CBB – Centro Brasileiro de Bioaeronática, 2015. 257p.

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