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ESSES produtos podem combater as principais lagartas

Pesquisadores falam sobre as vantagens dos baculovírus


Foto: Divulgação

O biólogo Jacob Crosariol Netto, com nove anos de experiência no Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMA) e especialização em entomologia agrícola, destaca a relevância do baculovírus no manejo integrado de pragas, ressaltando sua seletividade e preservação de inimigos naturais. Após participar de uma reunião em Goiânia, ele antecipou um aumento na resistência de lagartas em culturas como soja e algodão com a adoção de novas biotecnologias, oferecendo oportunidades para gerenciar resistência e ampliar a eficácia de moléculas químicas.

“É seletiva, preserva inimigos naturais. Além disso, tem modo de ação único, diferente dos químicos. Pode ser trabalhada no manejo de resistência, dar sobrevida às moléculas químicas”, salienta Crosariol Netto. “Com a adoção de novas biotecnologias, no futuro próximo deverá aumentar a resistência de lagartas em soja e algodão”, antecipa o pesquisador.

Nesse cenário, o entomologista Celso Omoto, da Esalq-USP, especialista em resistência de pragas, destaca os desafios no controle de lagartas no Brasil, agravados pela chegada da Helicoverpa armigera em 2013. A ineficácia dos inseticidas químicos levou à busca por alternativas. Omoto ressalta a potencial insustentabilidade da agricultura no Brasil devido à ausência de períodos de entressafra.

Com a invasão de H. armigera no Brasil, Omoto participou de uma missão à Austrália, para observar de que maneira, naquele país, a praga vinha sendo controlada eficazmente com uso de baculovírus. Pesquisadores australianos trouxeram à luz o que Omoto chama de “mais uma jogada de mestre”. “Eles aproveitam a tecnologia do algodão transgênico e reduzem químicos no controle de Helicoverpa. Valorizam produtos seletivos a inimigos naturais, caso dos baculovírus. Preservam agentes naturais que controlam pragas não-alvo das biotecnologias, como insetos sugadores. Esta é uma combinação perfeita.”

Para preservar a biotecnologia, uma recomendação é a de plantar de 10% a 20% em áreas de refúgio, dependendo da cultura. Se essa medida for seguida em soja, milho e algodão, baculovírus se encaixam perfeitamente no controle de todas as lagartas”, reforça. “Além da exploração em área de refúgio, inseticidas à base de baculovírus podem ser recomendados para o controle de lagartas que não são alvos da biotecnologia, como por exemplo Spodoptera spp. na cultura da soja”, conclui.
 

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