O uso eficiente dos recursos é um princípio fundamental do desenvolvimento agrícola sustentável, que busca equilibrar a produção de alimentos, fibras e energia limpa com a conservação ambiental. Em reunião realizada no dia 17/09/24 com os chefes dos Três Poderes, o presidente Lula criticou o “uso em excesso de agrotóxicos”. Como consequência, em 16/10/24, o Governo Federal lançou o Plano Nacional de Redução de Agrotóxicos, que visa eliminar agrotóxicos altamente tóxicos e promover a substituição por bioinsumos.
A discussão é polêmica e envolve diversas opiniões. De acordo com Roberto Araújo, Engenheiro agrônomo, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS), mestre em Agronegócios e pós-graduado em Engenharia de Irrigação e Proteção de Plantas, o Brasil passou de importador a um dos maiores exportadores de alimentos nos últimos 40 anos, exportando para mais de 200 países.
No entanto, a alegação de que o país utiliza pesticidas proibidos em outras nações é equivocada, desconsiderando diferenças regulatórias e agronômicas. A segurança de um pesticida não se limita a seu registro em determinados países. A redução do uso de agrotóxicos por área já é uma realidade em fazendas mais tecnificadas, com iniciativas como a biotecnologia, a agricultura de precisão e o manejo integrado de pragas, que demonstram eficácia na redução de insumos.
Entretanto, é importante aprender com os fracassos de políticas de proibição de agrotóxicos em outros países, como o Sri Lanka, onde a proibição total resultou em uma crise alimentar, e a União Europeia, que enfrentou protestos significativos contra sua estratégia de redução de pesticidas. No Brasil, a tendência é que, apesar do aumento do volume absoluto de agrotóxicos, a aplicação por área tratada continue a diminuir, impulsionada pela busca por soluções mais sustentáveis na gestão agrícola.