Trigo: Mercado futuro economizaria US$ 2 bilhões no Brasil
Maioria não sabe operar, ficando presa à especulação do mercado físico
De acordo com a Consultoria Trigo & Farinhas, “a imensa maioria dos que tomam decisões de comercialização simplesmente não sabem operar mercados futuros, e ficam presos à grande especulação que é o mercado físico”.
“Se este tipo de comercialização já estivesse sendo usada em mais larga escala no país, certamente haveria mais estímulo para o plantio de trigo e poderíamos chegar mais facilmente à autossuficiência, economizando cerca de US$ 2 bilhões com o trigo importado, como ocorreu na temporada que acabou em agosto último”, aponta a Consultoria.
Os preços do trigo para o agricultor brasileiro giraram em torno de R$ 30,81/saca (no Rio Grande do Sul) e R$ 33,93/saca (no Paraná), no final da semana passada. O Cepea destacou que “o preço do trigo começa a safra abaixo do Preço Mínimo de Garantia do Governo Federal”, que é de R$ 34,98/saca.
Segundo a Trigo & Farinhas, quem atualizou sua forma de comercialização consegui preços “muito, muito maiores”.
Em julho deste ano, logo depois do anúncio do relatório mensal do USDA, as cotações do trigo na Bolsa de Chicago subiram para US$ 6,22/bushel na Bolsa de Chicago para dezembro de 2015 e permitiu a fixação do preço a R$ 51,77/saca, isto é, 52,58% a mais do que o preço atual no Paraná e 68,02% a mais do que o preço atual no Rio Grande do Sul, segundo Luiz Carlos Pacheco, analista sênior da Consultoria.
“Este é o preço sonhado por todos os triticultores do país e resolveria todos os problemas do trigo, sem haver necessidade de pedir ajuda a ninguém, especialmente ao governo”, afirma ele
Mas, a situação poderia ter sido ainda muito melhor. No dia 18 de dezembro último a cotação do trigo chegou a R$ 56,84 e em maio de 2014, a cotação do trigo para dezembro/15 chegou a incríveis R$ 64,28/saca ou R$ 1.134,05/tonelada, quase o dobro do que o mercado oferece hoje, que é R$ 650,00/tonelada. Importante: sem onerar as farinhas.
“Todas estas oportunidades foram reais e efetivas, não meras projeções, mas foram perdidas. Como o dólar, além do clima, é o grande vilão do preço do pãozinho, neste momento, com menos importação os produtos do trigo poderiam ser mais baratos”, afirma Pacheco.