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Tarde de Campo na Fepagro encerra encontro de agricultura em Vacaria

O evento teve a finalidade de debater os desafios e as oportunidades da agricultura na região e reuniu estudantes, técnicos agrícolas e produtores rurais



A Tarde de Campo que ocorreu nesta quinta-feira (10) na Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) Nordeste, em Vacaria, encerrou o primeiro Encontro da Agricultura nos Campos de Cima da Serra e a primeira Semana Acadêmica Interinstitucional da Agronomia. Esse é o primeiro fruto da parceria entre a Fundação, a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e o Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), firmada durante a Expointer. O evento teve a finalidade de debater os desafios e as oportunidades da agricultura na região e reuniu estudantes, técnicos agrícolas e produtores rurais.

O diretor da Fepagro Nordeste, Mário Carbonera, deu as boas-vindas aos participantes da Tarde de Campo. “A ideia é mostrar o fruto do trabalho feito aqui e integrar ensino e pesquisa”, afirmou. Os visitantes aprenderam sobre as “Diferentes épocas de semeadura de trigo em Vacaria” com o pesquisador Rogério Aires; e receberam o “Prognóstico Climático para a Safra de Verão” da agrometeorologista Bernadete Radin.

Segundo Aires, na região de Vacaria, o sistema de sucessão trigo-soja vem apresentando um conflito, de ajuste fitotécnico, com a data de colheita do trigo. “Quando semeado na época recomendada, o trigo se sobrepõe à época preferencial para semeadura da soja. Um maior conhecimento da variabilidade existente nas cultivares de trigo em relação às alterações de ciclo decorrentes da antecipação da data de semeadura podem resultar em recomendações que minimizem ou até eliminem este inconveniente”, acredita.

De acordo com o pesquisador, um outro aspecto relevante para a produção de trigo nos Campos de Cima da Serra são as perdas de produtividade originadas pela ocorrência de geadas no período de espigamento e de chuvas na colheita. “O cruzamento de informações meteorológicas com os dados fenológicos obtidos na avaliação de diferentes épocas de semeadura permite um melhor gerenciamento de risco, minimizando a probabilidade de ocorrência de perdas”.

Prognóstico climático para o verão

A agrometeorologista da Fepagro, Bernadete Radin, disse que o prognóstico climático para os meses de novembro, dezembro e janeiro, com relação à precipitação, prevê chuvas abaixo da normal da média climática, principalmente para os meses de novembro e dezembro. “Para janeiro, a previsão é que as chuvas fiquem dentro da normalidade. Deve ocorrer a condição de La Niña (resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial), o que significa chuvas um pouco abaixo da normalidade”.

Conforme Bernadete, as temperaturas nos próximos três meses tendem a estar um pouco abaixo da normal, principalmente na parte oeste do Rio  Grande do Sul. “Será um verão não tão quente. Comparando com os últimos dois anos, quando tivemos a ocorrência do El Niño, teremos, com a La Niña, temperaturas mais amenas.  

A pesquisadora alerta para que os produtores rurais fiquem atentos, porque possivelmente, haverá algum período de estiagem, principalmente nos meses de janeiro e fevereiro.

São recomendações para os agricultores: fazer escalonamento de épocas de semeadura; seguir o zoneamento agrícola, ou seja, plantar as culturas em áreas de menor risco climático; e, a longo prazo, fazer a conservação de solo e de água. “Assim, suas perdas serão minimizadas e sua produtividade aumentará”.

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