Tabaco pode ser usado como combustível para motores a jato
"É a maior despesa de uma companhia aérea"
Pivô de uma discussão interminável mesmo dentro do setor produtivo rural, o tabaco está ganhando outras aplicações comerciais. “Atualmente, cientistas de governos e empresas estão trabalhando para abastecer aviões de motores, inclusive jato, com biocombustível derivado de uma nova espécie do tabaco. É a maior despesa de uma companhia aérea, e estima-se que biocombustíveis podem reduzir a pegada de carbono global da indústria em 80%”, destaca Luiz Nasser, membro do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS).
“Para um biocombustível fazer sentido, a fonte (espécie de tabaco apropriada) deve ser cultivada localmente, visando minimizar os custos de transporte e da pegada de carbono. Deve-se considerar que as companhias aéreas não irão de repente parar de usar combustível convencional, porque a mudança deve ser feita de forma gradual”, completa o também professor coordenador do curso de pós-graduação de Análise Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do UniCEUB/DF.
Segundo ele, “o biocombustível do tabaco é bom para o planeta e imagens públicas das companhias aéreas”. O especialista aponta que, em 2012, as companhias aéreas do mundo gastaram 209 bilhões de dólares em combustível convencional (grande parte, querosene para motores a jato) sendo o combustível 33% dos seus custos operacionais.
“Se eles mudarem para biocombustíveis agora, esse número dispararia: o material feito a partir de plantas que está sendo usado até agora é mais caro do que o querosene de aviação tradicional a jato, daí a necessidade de planejamento, produção, disponibilização e uso de fontes alternativas de combustíveis renováveis, sendo assim a maneira de reduzir os custos dos biocombustíveis é expandir a oferta”, explica Nasser.