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Startup de biológicos vai investir em aves e abelhas

Soluções são para controle biológico do besouro cascudinho e ácaro Varroa



Foto: Pixabay

Após receber um investimento de R$ 810 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp),  startup brasileira de biotecnologia,  Decoy Smart Control, vai  focar em soluções biológicas para os mercados de avicultura e apicultura. 

A empresa funciona em um laboratório de 80 metros quadrados dentro do campus da USP, em Ribeirão Preto, e é a primeira a levar o conceito de controle biológico para a área de saúde animal no mundo. Com um crescimento de 1560% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2019. Desde sua criação, em 2015, já recebeu R$ 1,8 milhão em investimentos privados.

Desses recursos cerca de R$ 160 mil irão para o desenvolvimento de uma solução para controle biológico do besouro cascudinho da granja (Alphitobius diaperinus), que causa prejuízos à avicultura, e outros R$ 650 mil para pesquisa de um produto biológico contra o ácaro Varroa (Varroa destructor). Estes ácaros parasitam colmeias de abelhas e contribuem para o distúrbio do colapso das colônias e desaparecimento da espécie.  

Para a avicultura

O cascudinho das granjas é uma das principais pragas que acomete a avicultura intensiva no país e no mundo. Dentre os danos causados destacam-se a perda de peso das aves, transmissão de vírus, fungos e bactérias causadores de doenças, com destaque para a salmonella, e destruição da infraestrutura das granjas. Os meios de controle da praga atualmente empregados se baseiam em inseticidas químicos, que têm agravado problemas de resistência.
 
A ideia é usar fungos para o controle do inseto. Eles são inimigos naturais. O biodefensivo não tem efeito algum sobre os frangos, homem ou ambiente. Essa opção de controle não tem efeito sistêmico e não deixa resíduos na carne. 

Para a apicultura 

A apicultura mundial vem sendo afetada por um fenômeno, chamado Síndrome de Colapso das Colmeias, que leva à perda de ninhos de abelhas. Dentre as possíveis causas estão o uso de pesticidas, mudanças climáticas, doenças e infestações pelo ácaro parasita Varroa destructor. No Brasil, cada vez mais efeitos negativos de infestações pelos ácaros em ninhos de A. mellifera têm sido observados, especialmente no sul do país. 
 
As formas de controle do parasita usadas atualmente incluem acaricidas químicos sintéticos, que vêm perdendo eficácia nos últimos anos, pois a maior parte das populações de ácaros desenvolveram resistência aos compostos. Os produtos químicos são tóxicos ou letais para as abelhas, e os resíduos desses compostos se acumulam na cera dos ninhos e contaminam os produtos da colônia, como mel, cera e pólen.
 
A startup busca desenvolver o primeiro controle biológico do mundo contra esse ácaro, maior praga da apicultura mundial e um dos responsáveis pelo colapso das abelhas. Sua formulação é composta por fungos que são inimigos naturais do parasita. Ao serem aplicados na colônia, as pragas são infectadas pelos fungos e morrem. 
 

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