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Souza Cruz aposta em novos destinos para crescer

Diretor de tabaco e regional América, Dimar Frozza, está atento ao mercado externo



Ao completar 110 anos de atividade em 2013, a Souza Cruz amplia o papel das exportações como uma das principais fontes de receitas da companhia que detém 74,9% do mercado doméstico de tabaco. Com 120 mil toneladas exportadas em 2012, montante 24% superior ao registrado em 2011 e responsável por engordar o faturamento anual em R$ 1,37 bilhão, as vendas externas passaram a ocupar papel de destaque nas estratégias competitivas.

No Rio Grande do Sul, a força do setor pôde ser medida na balança comercial do ano passado. Apesar de queda generalizada de 10,5%, o tabaco se manteve como o principal item da pauta gaúcha, ficando com 12,9% do total de vendas externas do Estado - crescimento de 18% sobre o ano anterior.

Uma das explicações para a escalada reside em tratar as vendas externas como resposta às recentes alterações de legislação interna. Entre elas, a implementação do preço mínimo ao consumidor (R$ 3,00/carteira de cigarro), o reajuste dos custos em decorrência do aumento na alíquota de IPI em 41% em 2012 e o compromisso de retirada dos produtos com sabor mentolado em prazo de um ano têm influenciado negativamente o segmento. Na Souza Cruz, entretanto, o efeito das mudanças foi sentido com a redução de 70 milhões, em 2011, para 66 milhões, no ano passado, do total de unidades comercializadas no Brasil - o principal mercado consumidor da América Latina com 42% das vendas do continente.

Considerada uma das 10 maiores empresas brasileiras em geração de tributos, a companhia ainda é dos um dos principais players, com R$ 8,508 bilhões em geração de tributos sobre as vendas. Hoje em dia, se a principal fonte no valor consolidado de R$ 11,7 bilhões em 2012 é a exportação, a empresa também é reconhecida pelos constantes pagamentos de dividendos. E, no ano passado, os acionistas receberam R$ 1,55 bilhão o equivalente a 13,3% das receitas, o que garante bons desempenhos das ações da CRUZ3 em bolsa.

No entanto, conforme explica o diretor de tabaco e regional América, Dimar Frozza, para acompanhar as transformações do mercado é preciso voltar cada vez mais as atenções ao cenário externo. A receita tem sido aplicada ao longo dos anos e envolve, essencialmente, investimentos contínuos em qualificação de produtos junto ao sistema integrado que conta com mais de 30 mil agricultores que abastecem as quatro usinas de processamento localizadas em Santa Cruz do Sul (RS), Blumenau (SC), Rio Negro (PR) e Patos (PB), além das duas fábricas de cigarros - uma em Cachoeirinha (RS) e outra em Uberlândia (MG).

Com a instalação, em 1917, da planta no munícipio de Santa Cruz do Sul, a empresa Brazilian Tobacco Corporation, subsidiária da British American Tobacco, tem início a mescla da história da empresa, transformando a cidade gaúcha em um polo nacional da indústria fumageira. Atualmente, a estrutura de distribuição é formada por seis Centrais Integradas de Distribuição (CIDs), localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Contagem, Curitiba, Porto Alegre e Recife, 24 Centros de Distribuição e 80 postos de abastecimento.

Pioneirismo que se traduz em resultados
De olho nas reestruturações do mercado, a Souza Cruz aposta na diversificação de mercados. Desde o primeiro embarque, realizado em 1969 para a Europa, já são mais de 40 países compradores, dentre eles, a China, com média de crescimento de pedidos de 10% nos últimos cinco anos. “Os chineses têm um mercado ascendente, principalmente, nos produtos premium e de alta qualidade. É justamente esse o nicho a ser explorado pelo Brasil, pois possuímos um produto de qualidade e em total confluência com a demanda do mercado chinês”, revela o diretor de tabaco e regional América, Dimar Frozza.

Detentora de marcas de alta qualidade como Dunhill, Free, Lucky Strike, Hollywood, Derby, entre outras, a empresa se diz preparada para novos desafios no Brasil. Entretanto, as principais vendas estão concentradas em tradicionais parceiros comerciais. Do total exportado, 41% é destinado ao Leste Europeu, 37% ao Oriente Médio, 17% à Ásia e o restante, 5%, permanece na América Latina.

“Sempre valorizamos as práticas sustentáveis na produção de tabaco, bem como os investimentos em qualidade. O sistema de produção integrado e a nossa experiência fizeram com que alavancássemos dois fatores: a segurança dos suplementos e a sustentabilidade dos fornecimentos, pois tudo é feito apenas com produtores que obedecem às orientações técnicas e os cuidados necessários”, defende.

Por isso, outro destaque é o desenvolvimento de um programa para a qualificação da Souza Cruz como polo de produtos acabados e semiacabados para o Grupo BAT. A estratégia foi responsável por iniciar a exportação de cigarros para Argentina, Chile e Cuba, com volumes estimados em 300 milhões de unidades por ano, além da exportação de filtros e tabaco processado.

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