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Porto de Santos reduz calado em terminais da Noble e Copersucar; afeta embarque de açúcar e grãos

Noble Agri é um joint venture entre a Noble Group e um consórcio com participação da estatal chinesa Cofco



SÃO PAULO (Reuters) - Autoridades portuárias reduziram o calado permitido para atracação de navios nos terminais da Copersucar e da trading Noble Agri no porto de Santos, potencialmente reduzindo de maneira significativa a capacidade de carregamento de açúcar e grãos nas embarcações, informaram nesta segunda-feira agências marítimas.

A Noble Agri é um joint venture entre a Noble Group e um consórcio com participação da estatal chinesa Cofco.

Segundo informações da autoridade portuária Codesp, citadas em relatório da agência Williams nesta segunda-feira, a redução de calado no berço da Noble pode ultrapassar dois metros. No caso da Copersucar, a redução varia de 80 centímetros a um metro, dependendo da maré.

"Com certeza vai impactar embarques.... Qualquer redução de calado é prejudicial para o terminal", disse um funcionário encarregado de operações em uma segunda agência marítima em Santos, que pediu anonimato por não estar autorizado a falar com a imprensa.

Segundo a fonte, cada 10 centímetros que um navio de granéis agrícolas perde em calado autorizado reduzem o embarque de 800 toneladas.

Em uma redução de um metro de calado, por exemplo, 8 mil toneladas poderiam deixar de ser embarcadas, o que representa bem mais que 10 por cento da capacidade da maioria dos navios que carregam açúcar e grãos em Santos.

O Brasil está em plena safra de cana-de-açúcar, com grande movimentação de embarques em Santos, principal porto exportador de açúcar do mundo, onde a Copersucar é uma das principais embarcadoras.

Também é grande o volume embarcado de milho neste momento em Santos, após uma safra recorde no país.

Dados de escalas de navios mostram uma previsão de pelo menos quatro navios de milho e sete de açúcar saindo do terminal da Copersucar nos próximos dias.

No terminal da Noble Agri, a previsão é de embarque de outros oito navios com milho e farelo de soja nos próximos dias, o maior deles com previsão de carregar de 65,5 mil toneladas do cereal.

Procuradas, Codesp, Noble Agri e Copersucar não responderam imediatamente pedidos para comentar o assunto.

Segundo as agências marítimas, o calado autorizado foi reduzido devido ao acúmulo de sedimentos na região dos berços de atracação. Não há previsão da realização de uma dragagem emergencial para resolver o problema.

A restrição atinge ainda um píer de movimentação de combustíveis na Ilha Barnabé, também no complexo portuário de Santos, mas em menor escala.
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