Painel sobre políticas públicas para etanol questiona parecer do governo
Neri Geller mencionou que parece haver uma mudança de posicionamento em relação ao incentivo à produção de etanol de milho
O senador Blairo Maggi, que também participou do painel, reafirmou sua fala do dia anterior, sobre a necessidade de uma mudança na forma de pensar do governo. “O problema é o convencimento do governo porque precisamos de financiamento e linhas de crédito para esses investimentos.” Maggi ainda complementou que o governo teria de abrir mão de uma porcentagem do ICMS nos primeiros anos para que os investimentos fossem pagos.
O secretário de Política Agrícola do MAPA, Neri Geller, pontuou que é preciso criar um espaço dentro do governo, e que parece haver uma mudança de posicionamento em relação ao incentivo à produção de etanol de milho. Segundo Geller, na tarde de quinta (26), durante o evento de Abertura Oficial da Safra 2013/2014, a ministra–chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, mencionou uma abertura para a pauta. “A resistência do governo sempre foi forte desde as primeiras vezes, mas a ministra ontem disse que já há espaço para esse tipo de discussão dentro do governo.”
Esse primeiro fórum, segundo o presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, é um espaço de discussão para a solução da logística do milho no estado, isso porque ao invés do produtor pagar uma saca de milho para fazer o escoamento de outra saca de milho, Mato Grosso pode fazer cada tonelada de milho virar mil reais em produtos resultantes como etanol e DDG (sigla em inglês), farelo de milho de alto teor de energia e proteína.
Piero Parini, presidente do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado de Mato Grosso (Sindalcool), ainda esclareceu dois pontos fundamentais para os trabalhos em direção à construção de uma matriz de etanol de milho. Segundo ele, não há nenhuma proibição do aspecto técnico para a produção, porque o Brasil já importou esse tipo de etanol dos EUA. Além disso, a questão da segurança alimentar também não se configura em problema, já que em Mato Grosso há a segunda safra de milho.