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O ovo em evidência

Alta do preço da carne bovina faz aumentar o consumo e a produção das proteínas "acessíveis"


Em tempos de carne de boi a preços bem salgados nos açougues e supermercados, as proteínas animais de menor valor agregado têm se tornado as vedetes na mesa do consumidor brasileiro. Os produtores de suínos e ovos do Paraná – duas produções de grande peso na cadeia do agronegócio estadual – continuam mostrando força em 2016, apesar do aumento dos custos de produção para alimentar os animais. Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de setembro apontam tal cenário positivo para ambos os casos.

No Brasil, a produção de ovos de galinha alcançou a marca recorde de 757,51 milhões de dúzias no 2º trimestre de 2016, maior volume da série histórica iniciada por trimestre em 1987, alta de 5%. Os maiores aumentos ocorreram em São Paulo (5,4%), Goiás (25,9%), Espírito Santo (8,3%), Ceará (15,7%) e Mato Grosso (7,6%). O Paraná, segundo maior produtor atrás apenas de São Paulo, ficou com a produção praticamente estável no período.

De acordo com o técnico do Deral Roberto Andrade Silva, o Estado ganhou boa posição no ranking a partir de 2011. Ele explica que o produto ganhou representatividade entre as proteínas animais a partir do momento em que foi investido em campanhas por instituições direcionadas para mostrar a importância dos ovos para a saúde, além, claro, do valor baixo para as famílias. "O produto é muito acessível comparado com outras proteínas. Inclusive, esta alta demanda fez que houvesse um crescimento de 41% na caixa de 30 dúzias, saindo de R$ 60 para R$ 85 no Estado. No mesmo período, o valor da carne de frango saltou 24%, enquanto o suíno, 17%. Não podemos esquecer que o milho disparou 64% e a soja, 14%, aumentando significativamente os custos de produção dos produtores".

Suínos
No comparativo entre o segundo trimestre de 2016 com o mesmo período do ano passado, foram abatidas 10,46 milhões de cabeças de suínos no País, representando aumento de 3,9%. No Paraná, o crescimento foi maior: 4,5% (aproximadamente 87,4 mil cabeças), perdendo apenas para Santa Catarina (alta de 7,5%) e Rio Grande do Sul (7,1%). Vale dizer que os três estados juntos correspondem a 65,5% de toda a produção nacional. Só como análise comparativa, o número de abates de bovinos no Estado no mesmo período caiu quase 8%.

O técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura (Seab), Edmar Gervásio, relata que o aumento está diretamente ligado às reações do mercado interno e externo. Ele salienta que existe uma estimativa de que o primeiro semestre tenha fechado com uma alta de 15% nos abates em comparativo ao ano passado. "Essa proteína mais barata tem atraído os consumidores de forma geral. O mercado externo também está aquecido".

Pelo levantamento do Deral, entre janeiro e agosto foram exportadas aproximadamente 60 mil toneladas de carne suína, uma alta de 58% comparado a 2015, quando nesta mesma data o montante era de 38 mil toneladas. Os dois principais clientes – Hong Kong e Uruguai, que correspondem a 70% das compras – importaram 32,1 mil toneladas (alta de 136%) e 9,7 mil toneladas (48%), respectivamente. "Deveremos superar a maior exportação dos últimos oito anos. Como 80% dos produtores estão integrados à cadeia produtiva, acredito que eles não estejam sendo tão impactados pelo aumento dos custos. Avalio este como um bom momento", complementa Gervásio.

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