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Intercâmbio empondera jovens agricultores de Alagoas

Os intercambiastes vão visitar entidades, cooperativas e assentamentos que desenvolvem projetos inovadores na agricultura familiar


No Nordeste brasileiro, o associativismo tem feito diferença na vida de jovens rurais. A Cooperativa Agropecuária Regional de Palmeira dos Índios (Carpil) é um exemplo. Em parceria com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) e com o apoio da Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel), a Carpil realiza há 16 anos um intercâmbio tecnológico e sociocultural com agricultores familiares jovens de Alagoas. 

Em 2017, este intercâmbio acontece em fevereiro. Serão 13 dias de viagem e a estimativa é percorrer 8.400 quilômetros entre os estados de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Paraná e São Paulo. Os 40 participantes (20 produtoras e 20 produtores) já foram selecionados e vão compor a comitiva que conta ainda com 28 parceiros e técnicos e dirigentes cooperados da Carpil. Eles terão a oportunidade de participar do Show Rural Coopavel 2017, em Cascavel (PR). 

Os intercambiastes vão visitar entidades, cooperativas e assentamentos que desenvolvem projetos inovadores na agricultura familiar, incluindo Empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emateres), previamente selecionados. Também vão conhecer produções orgânicas que poderão servir de modelo para o desenvolvimento sustentável de suas propriedades. As visitas serão divididas por grupos, como núcleo econômico, agroecologia, leite, artesanato, fruta e hortaliça. 

“A grande sacada do projeto é quebrar o paradigma de quem não acredita no novo e crescer com as experiências e vivências de outras regiões”, explica o presidente da Carpil, Luciano Monteiro da Silva. Segundo ele, as etapas anteriores do projeto já deram resultados importantes para agricultura familiar de Alagoas. Ele conta que os participantes passaram a gerir a propriedade de uma forma mais produtiva. Por exemplo, a retirada de leite aumentou cerca de 50% depois que a ordenha passou a ser feita duas vezes ao dia (antes era uma só). O aproveitamento da parte aérea da mandioca, que antes ia para o lixo, hoje é utilizado para alimentar animais.

Valmir Pereira da Silva é um dos jovens que participou do intercâmbio de 2015. Para ele, o sucesso da carreira se deve ao projeto. Atualmente, ele é presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Saúde de Baixo. Ele primeiramente acessou o Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF). Com o terreno regularizado, conseguiu crédito para investir na agroindústria por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Outra coisa que enxerguei depois do intercâmbio foi a possibilidade de novos mercados para comercialização”, diz. Hoje ele vende doces para quase todo o município, e doce de leite, cocada e bolo de laranja para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae)”. 

Filhos de agricultores familiares, Valmir e os quatro irmãos trabalham juntos na fabricação de doces e bolos, no plantio de legumes e na criação de gado leiteiro, no município de Batalha. “Foi uma viagem que abriu a minha mente para trabalhar junto com a família, pois é o melhor da vida. Antes, eu quase não tinha renda. Hoje faturo mais de R$ 6 mil por mês” afirma.

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