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Indústria de alimentação deve crescer 4% em 2012, indica ABIA

Cenário é positivo, com aumento da população mundial e necessidade de crescimento do agronegócio brasileiro



A indústria de alimentos deve encerrar 2012 com crescimento de 4% na produção física - a estimativa inicial girava entre 4,5% e 5% - e de 4% a 5% nas vendas reais. Para 2013, as projeções apontam para incremento de 4% a 5% na produção física e de 5% a 6% nas vendas reais. Os números foram divulgados pelo gerente do Departamento de Economia e Estatística da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (ABIA), Amilcar Lacerda, durante o IV Fórum Inovação, Agricultura e Alimentos, realizado no dia 19, na sede do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), em Campinas (SP).

A desaceleração no ritmo de crescimento da produção física no ano, segundo Lacerda, é reflexo da crise internacional da economia. A situação redundou em queda nos investimentos da indústria de alimentos, responsável por 57% do destino da produção agrícola nacional. No primeiro semestre de 2011, os investimentos haviam somado R$ 12,1 bilhões. Nos primeiros seis meses de 2012, este valor recuou para R$ 8,1 bilhões.

"O setor de alimentos enfrenta os mesmos desafios do agronegócio", lamentou o gerente da ABIA, indicando os problemas de infraestrutura e logística, a falta de acordos comerciais e a alta tributação. A tributação de alimentos e bebidas no Brasil chega a 35%, uma das mais altas do mundo, já que a média global é de 7%. "Este é um dos principais obstáculos para o setor", frisa Amilcar Lacerda.

Mesmo com todos estes desafios, a ABIA mantém otimismo em suas previsões. Lacerda lembra que o cenário é positivo, com aumento da população mundial e necessidade de crescimento do agronegócio brasileiro. "A indústria brasileira de alimentos vai acompanhar este aquecimento na demanda e assegurar o abastecimento interno e externo", projeta Lacerda.

O diretor do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), Luís Madi, divide a opinião de que as oportunidades do setor crescerão com as perspectivas de aquecimento da demanda, pelo menos até 2020, mas lamenta a falta de um plano nacional para o setor. Madi, no entanto, que o setor precisa estar preparado para as exigências do mercado e para a necessidade de reduzir o desperdício de alimentos, adotando novos processos e novas tecnologias, incluindo investimentos em pesquisas para inovação nas embalagens.


Pensado especificamente na questão das embalagens, o Ital lançou o programa "Brasil Pack Trends 2020". O documento traz as tendências para o setor de embalagens para 2020, levando em conta conveniência, simplicidade, estética, qualidade, tecnologia, sustentabilidade, segurança e legislação. Para a dirigente do Ital, Claire Sarantópoulos, a intenção é sinalizar as alternativas para o setor. "Buscamos alimentar as mentes que alimentam o mundo", comcluiu.
 
Por Dylan Della Pasqua, de Campinas/SP
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