GTFoods vai importar 90 mil toneladas de milho da Argentina
Com a escassez do milho, empresa busca alternativa para manter a produtividade sem aumentar os custos
O Grupo GTFoods, maior conglomerado avícola do Norte do Paraná, é a primeira empresa privada paranaense a importar milho da Argentina. A estratégia está alinhada a manutenção da produtividade diante da queda na oferta do cereal e da alta dos preços no mercado interno. O processo de importação se iniciará com um navio de 27 mil toneladas, e a previsão é de outros dois até o final do mês de maio, totalizando 90 mil toneladas. Com isso, o grupo abastecerá os estoques até a chegada da safrinha prevista para o início do segundo semestre.
“O volume total de compras já realizadas no mercado interno e externo vão atender a 70% da nossa demanda até a entrada da safrinha em julho. Além disso, será uma oportunidade para atuarmos na redução dos custos de produção, pois as embarcações chegam pelo Imbituba (SC), tornando o frente marítimo mais atrativo contribuindo para um valor final do milho com condições de competir com o valor praticado no mercado interno”, avalia o Gerente Corporativo de Suprimentos do GTFoods, José Carlos Ferreira Junior.
Como a escassez pode durar até a safrinha, que promete uma produção recorde de 90 milhões de toneladas, a importação poderá suprir grande parte da demanda até lá. “Desta forma, iremos garantir o abastecimento de nossa cadeia produtiva, além de conseguir vantagens significativas que vão contribuir com a redução dos nossos custos, obtendo resultados financeiros em nossas operações”, destaca o gerente.
Cenário
Desde o ano passado, o Brasil tem se firmado como o segundo maior exportador global de milho, O volume total exportado em 2015 ultrapassou as 34 milhões de toneladas, atrás apenas dos Estados Unidos. Isso se deve principalmente a uma taxa cambial favorável, que resulta na alta dos preços e na escassez do insumo em algumas regiões do país, especialmente após a preferência de alguns produtores em plantar a soja. Quem mais tem sofrido com isso são os criadores de aves e suínos, que contam com o grão para 70% da alimentação dos animais, e precisam procurar saídas para essa situação, como a importação de países vizinhos.