Falta de chuvas é o maior problema do trigo
Danos climáticos causados pelas geadas e secas que assolaram RS e PR
A safra brasileira de trigo para 2017/18 não deverá ser do tamanho que a Conab está estimando (5,5 milhões de toneladas). É o que avalia a Consultoria Trigo & Farinhas, explicando que esta estimativa foi feita antes dos danos climáticos causados pelas geadas e pelas secas que assolaram os dois principais estados produtores – Rio Grande do Sul e Paraná.
O Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná já reduziu em aproximadamente 310 mil toneladas a sua estimativa do potencial produtivo. A nova projeção (não definitiva) é de 2,8 milhões de toneladas (MT), contra 3,1 MT anterior e 3,44 MT produzidas na safra passada.
O Rio Grande do Sul ainda não divulgou sua estimativa oficial, mas é recorrente que a safra não deverá passar dos 1,61 milhão de toneladas, contra 1,88 MT estimadas pela Conab em julho e 2,49 MT produzidas na safra passada. Só estas quebras já devem trazer o volume total a ser produzido no Brasil para perto de 5,15 MT, cerca de 6,36% a menos em relação à estimativa da Conab de julho e 23,13% menor em relação à produção de 2016/17, que ficou em 6,7 MT.
“As geadas afetaram as lavouras que já estavam em estágios mais adiantados apenas no Paraná, uma vez que do traçado da BR 277 para baixo até o RS a maioria das lavouras ainda estavam apenas em fases de germinação e desenvolvimento vegetativo, para as quais o frio é um remédio. O que está afetando mesmo tanto a qualidade (pela falta de desenvolvimento das plantas) quanto o volume (que impediu parte do plantio) é a falta de chuvas”, conclui a T&F.