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Termoterapia na produção de mandioca no Brasil

Câmaras térmicas vão proporcionar materiais de plantio de mandioca mais produtivos e sadios


A tecnologia de termoterapia já é amplamente utilizada para a limpeza de materiais vegetais A tecnologia de termoterapia já é amplamente utilizada para a limpeza de materiais vegetais - Foto: Canva

Uma tecnologia está transformando a produção de mandioca no Brasil. A Rede de multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca (Reniva) anunciou a incorporação de uma técnica inovadora que utiliza a temperatura para gerar plantas mais saudáveis. Desenvolvida pelo Centro Internacional para Agricultura Tropical (Ciat), na Colômbia, e aprimorada pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), a termoterapia promete plantas de mandioca com alta qualidade fitossanitária, livres de patógenos sistêmicos, como vírus, bactérias e agentes que causam a podridão radicular.

Recentemente, a Embrapa recebeu um aporte de cerca de 1,6 milhão de reais do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) para expandir o Reniva para nove estados das regiões Norte e Nordeste. O projeto, com duração de 24 meses, contempla a instalação de câmaras térmicas automatizadas em cada um desses estados, incluindo o Amapá, onde os plantios de mandioca nas áreas indígenas do Oiapoque têm sido afetados por uma nova doença.

"Houve um aumento significativo nos investimentos em infraestrutura, especialmente com o lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). No entanto, é crucial que tanto o setor público quanto a iniciativa privada continuem a realizar aportes substanciais para resolver os gargalos de infraestrutura no país", enfatiza Fernanda Braga, gerente administrativa da APAT - Associação de Profissionais de Agrimensura e Topografia.

A tecnologia de termoterapia já é amplamente utilizada para a limpeza de materiais vegetais. A inovação reside nas adaptações feitas na câmara térmica da Embrapa Mandioca e Fruticultura, que permite a eliminação de patógenos sistêmicos, como os associados ao complexo do couro-de-sapo da mandioca e ao moko da bananeira, sem prejudicar o crescimento das plantas.

Para se conseguir eliminar esses microrganismos, são necessárias temperaturas muito altas. Então, adaptações foram feitas, sob o comando do pesquisador Saulo Oliveira, para que se pudesse atingir temperaturas ideais sem matar as plantas. A câmara térmica possui um painel de controle automatizado, ou seja, a temperatura é controlada por meio de um sistema combinado de irrigação e ventilação, o que garante que as plantas não sofram com estresse devido a altas temperaturas.

O primeiro sistema, de nebulização, promove a pulverização de água, resfriando o ambiente interno da câmara; o segundo é uma janela composta por mecanismos de abertura ativados automaticamente ao atingirem as temperaturas máximas e mínimas pré-definidas, monitoradas internamente por termômetros industriais. No caso das plantas de mandioca, a temperatura ideal para abrir e fechar a janela é de 55°C e 50ºC, respectivamente.

Além de proporcionar plantas mais saudáveis, o método de termoterapia também se destaca como uma técnica eficaz de multiplicação de manivas, oferecendo um grande número de mudas por planta em comparação com os métodos tradicionais.

Com a instalação das câmaras térmicas nos estados contemplados, espera-se uma significativa melhoria na qualidade e na produtividade dos plantios de mandioca, impulsionando assim a agricultura e o desenvolvimento sustentável no Brasil.

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