Cresce receita com exportações de café em 2015 no Paraná
De janeiro a julho o Estado arrecadou US$ 65,3 milhões
A produção paranaense de café tem focado cada vez mais na qualidade e isso tem chamado a atenção do mercado internacional. Tanto é que as exportações de grãos do Estado têm aumentado. De janeiro a julho, o Paraná arrecadou com os embarques do grão US$ 65,3 milhões, ante US$ 48,8 milhões contabilizados no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em volume, o Estado embarcou no período 22,7 milhões de toneladas, contra 17,19 milhões de toneladas exportadas nos sete primeiros meses de 2014.
No País, de acordo com dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), foram exportadas de janeiro a julho deste ano 20,52 milhões de sacas, ligeira redução de 0,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas, em receita, a arrecadação no mesmo período foi positiva. Nos primeiros sete meses do ano, o Brasil arrecadou US$ 3,62 milhões, alta de 4,5% em comparação com janeiro a julho de 2014, quando foram arrecadados US$ 3,46 milhões.
O gerente da área de café do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Paulo Franzini, explica que o forte investimento realizado nos últimos anos na melhoria da qualidade do grão, somado a um câmbio favorável e à demanda são fatores que estimularam o mercado internacional a comprar mais. Sobre a lavoura, Franzini avalia que 60% das áreas plantadas com café no Paraná possuem o selo de Identificação Geográfica (IG), que determina padrões de qualidade acima da média, mas que não podem ser chamados de cafés especiais.
O Deral estima que o Estado deve colher neste ano 1,1 milhão de sacas, volume semelhante ao contabilizado na safra passada. Até o momento, 61% da safra já foi colhida. Em área, o café ocupa neste ano 44,5 mil hectares, com uma produtividade média de 1.616 quilos por hectare. Franzini observa que o Norte Pioneiro é um dos principais produtores de cafés de qualidade do Estado. "A Indicação Geográfica deu um incentivo ao setor", observa.
O especialista lembra que o Estado ainda não é autossuficiente na produção de café de qualidade, principalmente no atendimento às duas principais empresas do setor instaladas no Paraná, a Cacique (Londrina) e a Café Iguaçu (Cornélio Procópio). "Para exportar o café tem que ser dos tipos 2 ou 3 bebida dura limpa", destaca o gerente do Deral. O mercado de cafés especiais no Paraná, avalia Franzini, ainda é pequeno, com uma participação de apenas 15% do mercado.
O segmento é altamente lucrativo. Franzini lembra que dependendo da variedade, o produtor pode receber R$ 50 a mais pela saca. Contudo, o gerente do Deral alerta que o cafeicultor precisa de capacitação para produzir grãos de elevada qualidade.
Retomada
Francisco Carlos Simioni, diretor geral do Deral, explica que este ano é de recuperação da cafeicultura paranaense porque em 2013 a geada destruiu a metade das lavouras do Estado e prejudicou a produção de 2014. Dados do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) apontam que a cafeicultura paranaense gera diretamente 15 mil empregos permanentes ou temporários.
O café está presente em 10 mil propriedades, a maioria de pequeno porte, ou seja aqueles que possuem até 10 hectares. Para Gustavo Hiroshi Sera, pesquisador da área de melhoramento genético do Iapar, em matéria publicada na Agência Estadual de Notícias, o café é uma das poucas culturas que podem propiciar rentabilidade em áreas pequenas, diferentemente da soja, que necessita de espaços maiores de cultivo.
Preços
Em julho, segundo dados fornecidos pelo Deral, o preço da saca pago ao produtor foi de R$ 376,86, contra R$ 377,07 em junho e R$ 355,75 em julho de 2014. O valor da saca ainda segue abaixo do custo variável de produção que fechou em maio deste ano em
R$ 426,27/sc. O custo variável leva em conta os gastos com insumos, maquinário e transporte. (Com agências)