Com a colheita da safrinha chegando ao fim e a intensificação das entregas, aumenta a dificuldade para conseguir caminhões para transportar o milho. Há também notícias da elevação dos custos de frete de importantes regiões produtoras para os portos do País. Dessa forma, compradores concentram seus negócios em lotes para entrega no fim do ano, estimando que haverá maior oferta de frete entre outubro e dezembro. Produtores, no entanto, buscam fechar acordos para retirada imediata, a fim de abrir espaço para a armazenagem dos últimos volumes que estão sendo colhidos. Em Primavera do Leste, no sudeste de Mato Grosso, saem lotes grandes para retirada entre outubro e dezembro, de R$ 19,50 a R$ 20,30 a saca, a depender da localização da propriedade. Um corretor da região contou que uma empresa chegou a agendar a entrega de 50 mil toneladas ontem. "O dólar e Chicago avançaram e os preços melhoraram um pouco, chegaram mais perto dos R$ 20 nos prazos mais curtos, e saíram mais negócios", contou o agente. No entanto, temores quanto à logística fazem compradores reduzirem as compras para embarque no curto prazo. Para retirada e pagamento em 30 dias, saem apenas negócios pontuais, a R$ 18 e R$ 18,50 a saca. O corretor contou que há relatos de compradores que já pagaram pelo milho mas não conseguem embarcar o produto, em virtude da falta de oferta de frete. Multinacionais são os compradores mais ativos no momento. Indústrias oferecem R$ 16,50 a saca para retirada em 30 dias. "A diferença está muito grande, já faz tempo que não vemos acordos para o mercado interno", contou um corretor da região. Na negociação antecipada, os preços também apresentaram leve melhora ontem e rodaram volumes consideráveis. Para retirada em Primavera do Leste entre 30 de julho até 30 de outubro de 2016, saíram lotes a R$ 20 a saca, com pagamento em 30 de setembro. O agente contou ter fechado mais de 10 mil toneladas nessa condição. "O pessoal já está falando que no ano que vem vai ter problema de logística novamente, por isso os compradores estão pedindo esse prazo de retirada estendido, de três meses", contou o corretor. "Alguns produtores aceitam para garantir o preço."