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Carne vermelha, aliada da saúde

Pesquisas derrubam mitos e apontam os benefícios da ingestão da proteína bovina combinada a uma dieta balanceada



Pesquisas derrubam mitos e apontam os benefícios da ingestão da proteína bovina combinada a uma dieta balanceada
Todos os dias, milhões de pessoas em todo o mundo consomem carne bovina em uma de suas refeições. O produto que já foi considerado o causador de males à saúde por muitos, na verdade se mostra aliado de uma alimentação balanceada.

E isso foi comprovado em uma pesquisa realizada pelo Instituto Cardiológico do Rio Grande do Sul, que no ano passado apresentou os resultados do trabalho, durante o 66º Congresso Brasileiro de Cardiologia, em Porto Alegre.

O estudo foi encabeçado pelo Dr. Iran Castro, coordenador de normatizações das diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Durante cinco semanas, 70 voluntários, dividiram-se em dois grupos: o primeiro recebeu diariamente uma porção de 125 gramas de carne vermelha de boi criado a pasto e o segundo grupo recebeu a mesma quantidade do alimento, produzido a partir de gado confinado, ou seja, animais que alimentados com rações enriquecidas e alojados em estábulos, ganham peso mais rapidamente e ficam prontos para o abate em menor tempo.

Os resultados demonstraram que não houve diferenças significativas no teor do colesterol sanguíneo e demais lipídios nas pessoas que consumiram carne de bovinos criados a pasto ou confinados. Com isso, a suspeita de que o animal confinado, por ter um maior teor de gordura saturada e colesterol, poderia transmitir para o consumidor uma concentração maior de gordura sanguínea, caiu por terra.

Comparando as respostas dos dois grupos, foi possível observar o teor lipídico sanguíneo nos diferentes cortes gordurosos e magros da carne bovina: filet mignon X picanha, patinho X cupim ou costela. Outro aspecto relevante demonstrou que a carne proveniente de animais taurinos concentra maior quantidade de gordura e colesterol do que a carne proveniente de raças zebuínas, como o Nelore, base do rebanho brasileiro.

A conclusão deste trabalho científico brasileiro só reforça os resultados de pesquisas realizadas no exterior. O cardiologista Kevin J. Croce da Universidade de Harvard (EUA) publicou na revista Circulation no final de 2010 um estudo sobre os impactos da carne vermelha na saúde humana realizado com 56 mil pessoas. O resultado mostrou que a carne bovina não causa qualquer malefício à saúde humana, desde que consumida sem gordura e em quantidades moderadas, em torno de 150 gramas/dia.

De acordo com Nabih Amin El Aouar, pecuarista, médico cardiologista e diretor social e de marketing da Associação Capixaba dos Criadores de Nelore (ACCN) que esteve presente no Congresso realizado em Porto Alegre, “esses estudos representaram um grande avanço na tentativa de desmistificar essa conceituação errada e inadequada, como também transmitir informações para os profissionais de saúde e para a população em geral da credibilidade e segurança no consumo moderado da carne bovina magra, além dos enormes benefícios que traz para a saúde humana”.

Em agosto de 2010, o portal “BeefPoint” publicou uma entrevista com Miguel Barbero Marcial, Professor Titular da Cirurgia Cardíaca Pediátrica e Membro do Conselho Diretor do Instituto do Coração Incor – HCFMUSP, sobre os benefícios da carne bovina para a saúde e a necessidade da ingestão de uma dieta balanceada. “Não devemos nem tirar completamente a carne e nem comer carne demais. Comer um pouco de cada coisa traz benefícios para a saúde”, afirma o especialista.

As declarações de Barbero só reforçam o trabalho que pesquisadores em todo o mundo vêm realizando para comprovar que a carne vermelha não só é saudável, como importante para a manutenção do equilíbrio e de nutrientes para o organismo. A entrevista em vídeo você confere aqui.

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