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Área plantada de soja deve continuar crescendo na safra 2014/15

Milho deverá perder espaço para soja em área cultivada no verão




Na primeira estimativa da INTL FCStone, consultoria de gerenciamento de risco com foco em commodities, para a safra 2014/15 de soja do Brasil, a área plantada ficou em mais de 31 milhões de hectares, configurando um aumento de 5% em relação ao ano anterior. Mesmo com preços da soja em queda, refletindo um cenário internacional de maior folga no balanço de oferta e demanda, os produtores devem continuar o ciclo de expansão dos últimos anos. Considerando uma produtividade média dentro de condições climáticas normais, de 2.978 kg/ha, a produção brasileira atingiria um novo recorde de 93 milhões de toneladas de soja colhidas em 2015.

A expectativa para o clima é de ocorrência do fenômeno El Niño moderado durante o período da safra, o que pode ser benéfico para as lavouras em muitas das regiões, especialmente naquelas em que o padrão climático costuma ser mais instável, como o Sul do país. Em setembro, o clima deve continuar mais seco do que o normal, permitindo os trabalhos de plantio sem atrasos consideráveis. Já em outubro e novembro, o nível de precipitação deve se normalizar, favorecendo um aumento da umidade do solo na fase de desenvolvimento vegetativo.

No balanço de oferta de demanda do próximo ano, são esperados aumentos no volume de esmagamento interno de soja e também nas exportações, motivados por aumentos das demandas. Internamente, dois fatores podem ser determinantes na elevação do consumo: o aumento da mistura de biodiesel no diesel, impactando a demanda por óleo de soja, e o possível aumento na demanda por farelo de soja para ração. Já a demanda externa, puxada pela China, deve continuar em crescimento, assim como vem ocorrendo nos últimos anos, pressionando os dois principais fornecedores de soja do mundo: o Brasil e os Estados Unidos. Ainda assim, caso a produção recorde brasileira se confirme, os estoques de passagem poderão alcançar quase 7 milhões de toneladas. Isso significa um estoque em torno de 8% em relação ao uso total, nível considerado adequado, após 3 anos consecutivos de aperto.

 Milho deverá ter área menor

A primeira estimativa da INTL FCStone para a safra 2014/15 de milho do Brasil trouxe uma área plantada de 6,21 milhões de hectares para o ciclo de verão. Essa área é 4,7% inferior ao nível de 2013/14. Uma redução de área na primeira safra já era esperada, em meio ao contexto de preços baixos do milho, com os produtores dando preferência para a soja. Ademais, como existe a possibilidade de plantio de uma segunda safra, a tendência é que a produção de milho se concentre mais no inverno, como já vem sendo tendência.

A produtividade média para a safra de verão ficou em 5 toneladas por hectare, acima do alcançado no ciclo anterior, quando houve perdas devido ao clima seco registrado principalmente no mês de janeiro. Com isso, a produção deve alcançar 31,04 milhões de toneladas no verão. Para a safra de inverno, ainda não foram feitos ajustes, mantendo-se os números de 2013/14. Com isso, no total do ciclo, a produção ficaria em 76,84 milhões de toneladas.

Destaca-se que as perspectivas climáticas estão favoráveis para a safra de verão, com expectativa de ocorrência do fenômeno El Niño, com intensidade moderada. Contudo, destaca-se que o El Niño pode trazer prejuízos para a safra no Nordeste do país, onde o clima tende a ficar mais seco durante este fenômeno.

 Para o balanço de oferta e demanda, observa-se que os estoques de passagem devem ser bastante elevados, considerando-se uma estimativa de exportações de 18,5 milhões de toneladas para o ciclo 2013/14.

Assim, na safra 2014/15, mesmo projetando-se um aumento do consumo interno, uma vez que a produção de carnes deve ficar aquecida, e com exportações em 18 milhões de toneladas, os estoques finais estimados estão bastante elevados, em 17,46 milhões de toneladas, o que resulta em uma relação estoque/uso de 23,8%.

Sobre a INTL FCStone
A INTL FCStone Inc. e suas subsidiárias oferecem serviços de execução e consultoria em commodities, moedas e securities internacionais. Com raízes no setor de commodities que remontam a 1924, a INTL FCStone é especializada em auxiliar toda a cadeia do mundo das commodities - produtores, processadores e consumidores – a gerir seu negócio e a crescer no ambiente volátil das commodities agrícolas.

No Brasil, a INTL FCStone está sediada em Campinas (SP) e conta com escritórios em São Paulo (SP), Porto Alegre (RS), Maringá (PR), Cuiabá (MT), Goiânia (GO) e Recife (PE).
 
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