Adubação orgânica - Manejo
Entenda aspectos gerais de manejo da adubação orgânica.
Os adubos orgânicos devem ser aplicados no solo imediatamente antes da semeadura ou plantio, possibilitando melhor aproveitamento dos nutrientes e minimizando perdas por escoamento superficial, em áreas sem revolvimento do solo, e por lixiviação de nitrato. Os estercos devem ser aplicados em dias com temperaturas baixas ou antes de uma chuva ou irrigação da cultura, de modo que se evite a perda de nitrogênio através da volatilização da amônia.
Como os materiais orgânicos geralmente têm concentrações de nitrogênio, fósforo e potássio diferentes das requeridas pelas plantas, as necessidades nutricionais de uma cultura dificilmente são supridas de forma equilibrada com o uso exclusivo de materiais orgânicos, logo, recomenda-se ajustar a adubação pelo nutriente cuja necessidade seja suprida pela menor dose de adubo, e para os outros nutrientes, calcula-se a quantidade fornecida pelo adubo orgânico, complementando o restante com fertilizantes minerais (você pode ler mais sobre os cálculos clicando aqui). Por exemplo, geralmente a quantidade de N não é suprida, sendo necessário o uso de fertilizantes nitrogenados minerais.
Não é recomendado o uso de resíduos orgânicos com alto teor de N na adubação de leguminosas, visto que estas já possuem a capacidade de fixar este nutriente através da simbiose. Em uma rotação de culturas, deve-se aplicar o adubo orgânico no cultivo de cereais e cultivar a leguminosa em sucessão, aproveitando o efeito residual.
Outro ponto importante, é evitar o uso excessivo destes adubos, pois podem resultar nos mesmos problemas que os decorrentes de fertilizantes minerais como lixiviação de nitrato e transporte de fósforo para cursos d’água. Além disso, muitos adubos orgânicos, especialmente os derivados de animais alimentados com ração, apresentam elevados teores de micronutrientes como ferro, zinco e cobre, oriundos de sais acrescentados à ração. Já os derivados de lodo de esgoto ou resíduos industriais podem apresentar metais pesados indesejáveis na cadeia alimentar. Por fim, é importante entender que resíduos orgânicos oriundos de processos incompletos de compostagem podem conter organismos patogênicos como fungos, vírus e bactérias.
Créditos: Pixabay
Armazenamento do adubo orgânico
O adubo orgânico sólido deve ser armazenado em locais cobertos e com baixo teor de umidade, para evitar a perda de nitrogênio através da volatilização, e de nitrato e potássio por eluição. Deve-se evitar a entrada da água de chuva nas esterqueiras, e o excesso de água de lavagem dos estábulos para evitar a diluição excessiva dos materiais. O teor de matéria seca deve ser mantido entre 6% e 7% para o esterco líquido de suínos, e entre 7% e 8% para o esterco líquido de bovinos.
Assista ao vídeo abaixo do canal "AgroBrasil", em que o Engenheiro Agrônomo Jonathan Basso fala sobre os 5 erros mais comuns no manejo do adubo orgânico.
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Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo
Referências:
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. Manual de Adubação e de Calagem Para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10. ed. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2004.
EMBRAPA et al. MANUAL DE CALAGEM E ADUBAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 1. ed. Brasília, DF: Editora Universidade Rural, 2013.