Exportações têm Pequena Reação em Novembro - por Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki
As exportações do agro em novembro (US$ 6,63 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2014 (US$ 6,13 bi), tiveram aumento de 8,2%, trazendo um saldo de US$ 5,64 bi
As exportações do agro em novembro (US$ 6,63 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2014 (US$ 6,13 bi), tiveram aumento de 8,2%, trazendo um saldo de US$ 5,64 bi (15,5% maior que no mesmo mês de 2014). O valor exportado acumulado no ano (US$ 81,4 bilhões) apresentou queda de 9,6% quando comparado com o mesmo período de 2014 (US$ 90,0 bilhões).
As importações do agronegócio comparando-se novembro de 2014 com novembro de 2015 diminuíram 20,3%, seguindo a tendência de queda observada ao longo de 2013 e 2014. O saldo continua robusto neste período (US$ 69,2 bi), porém, com queda de 7,3%.
Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram forte queda, de 24,6%, nas exportações (US$ 9,5 bi em 2014, para US$ 7,2 bi em 2015), mesmo com o câmbio bem mais favorável, o que levou a participação do agronegócio a 48,0% em relação ao total exportado pelo Brasil.
O saldo da balança comercial brasileira em novembro foi de US$ 1,2 bi, e estamos agora com um saldo de US$ 13,4 bilhões no acumulado do ano, graças à queda drástica nas importações, afetadas pela crise total de confiança que vivemos e da deterioração econômica. Já como rotina, o agro evitou um desastre ainda maior na economia brasileira, pois sem suas exportações, a balança comercial estaria negativa em US$ 56 bilhões.
Neste novembro, bons aumentos de valores exportados vieram da: soja em grãos (aumentou US$ 470,1 milhões em relação a novembro 2014), milho (US$ 274,8 mi), suco de laranja (US$ 88,6 mi), celulose (US$ 49,5 mi), álcool etílico (US$ 28,4 mi) e papel (US$ 21,1 mi). Perdas em valores comparativos vieram de: café verde (queda de US$ 111,8 milhões), açúcar de cana em bruto (US$ 73,9 mi), carne de frango in natura (US$ 54,2 mi), bovinos vivos (US$ 36,6 mi) e farelo de soja (US$ 34,7 mi).
Os produtos que tiveram maiores crescimentos nos valores das exportações, os tiveram principalmente pelos aumentos nos volumes exportados, uma vez que somente 1 produto teve variação positiva no preço (celulose). Já no caso dos 10 produtos que mais diminuíram os valores exportados, todos apresentaram queda nos preços e metade também apresentou queda nos volumes.
Nossas vendas cresceram para: China (US$ 365,2 milhões a mais que em novembro de 2014), Coreia do Sul (US$ 100,0 mi), Países Baixos (US$ 85,1 mi), Japão (US$ 59,8 mi), Vietnã (US$ 58,8 mi) e Índia (US$ 54,6 mi). Cairam em Hong Kong (US$ 93,0 milhões a menos que em novembro de 2014), Rússia (US$ 89,7 mi), Alemanha (US$ 69,6 mi), Angola (US$ 51,8 mi), Bélgica (US$ 51,8 mi), França (US$ 42,9 mi) e Venezuela (US$ 31,1 mi).
Ressaltamos mais uma vez ser preocupante a queda de volumes exportados, devido à nova situação cambial que favorece a produção brasileira. Até o agro, o campeão do Brasil, terá um 2015 no quesito exportações, um ano pior que 2014. Sem dúvida 2015 termina de maneira melancólica à nossa sociedade.
* Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA-USP, Campus de Ribeirão Preto ([email protected])
Rafael Bordonal Kalaki é pesquisador da Markestrat ([email protected])