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Plantio do fumo

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Foto: José Luis da Silva Nunes

O plantio de tabaco se divide em duas fases:

a) produção de mudas;

A produção de mudas em canteiros se concentra nos meses de junho e julho. As sementes germinam de 12 a15 dias após plantio. Em média 60 dias após o plantio de sementes, as mudas atingem o ponto ideal para serem transplantadas para a lavoura.

Para obtenção de mudas de boa qualidade o solo deve ser fértil, poroso, profundo com boa drenagem. Os canteiros devem estar localizados próximos a fontes de água e livres de ventos dominantes para não prejudicarem o crescimento das mudas. Recomenda-se evitar lugares sombrios e úmidos.
Para os canteiros, as dimensões usadas são de 25 metros de comprimento por 1,80 metros de largura. Um canteiro de 45 m² produz em média 7.000 a 8.000 mudas selecionadas para o plantio.

Recomenda-se o desbaste visando à produção de mudas uniformes e sadias. Quando as mudas atingirem 7 cm ou cerca de 6 a 7 folhas deve-se realizar a primeira poda para melhorar a uniformidade na altura e diâmetro do caule, tomando a cuidado de não corte o ápice da muda. Após a poda é importante que sejam aplicados produtos químicos que impeçam a ocorrência de doenças nas partes podadas.

O sistema Floating de produção de mudas em bandejas é muito utilizado para produção de mudas de tabaco. Este sistema consiste em flutuar bandejas de isopor, as quais são enchidas com substrato, numa lâmina d’água de 8 ou 16 centímetros, em um túnel coberto por plástico. Nessa lamina de água são diluídos os venenos, fungicidas e fertilizantes, formando um concentrado químico no intuito de reduzir a quantidade de agrotóxicos requeridos na produção de mudas mais resistentes.

b) cultivo em lavoura.

Depois de dois meses nos viveiros, as mudas estão prontas para serem transplantadas para o campo, onde serão cultivadas por mais dois ou três meses. O transplante das mudas é realizado entre julho e agosto. A fase de lavoura compreende o transplante das mudas para a lavoura definitiva, e consiste dos seguintes passos:

- Preparo do solo:

Com tratores ou equipamentos movidos a tração animal, o fumicultor lavra, gradea, aduba e prepara os sulcos (camaleões ou vergas) no terreno para o plantio das mudas de tabaco. O plantio direto tem a vantagem de proteger o solo, pois mantém uma camada de palha sobre o mesmo, favorecendo a produção de fumo fisicamente mais limpo e, ao longo do tempo, reduz a utilização de fertilizantes.

- Transplante:

Alguns dias antes do transplante das mudas para a lavoura definitiva, com objetivo de deixar as mudas imunes aos insetos, pragas e, sobretudo à broca do fumo. Para assegurar uma boa pega deve-se plantar em dias nublados e sem ventos, Devem-se evitar temperaturas muito baixas, geadas podem provocar a morte das mudas e as temperaturas muito baixas podem induzir o florescimento precoce.

As mudas devem ser plantadas no mesmo dia em que foram arrancadas e quando não houver chuvas no período, o fumicultor é obrigado a realizar o transplante com o auxílio de rega manual.

O uso de mudas ruins pode causar um decréscimo de 10 a 15% no rendimento por hectare. O Replante é uma fase muito importante e deve ser feito aos 5 – 7 dias após o plantio, se necessário fazer o segundo replante aos 12 – 15 dias.

Recomendam-se espaçamentos de 1,20m entre as fileiras e 0,50 m entre plantas na fileira. A marcação de 50 cm é realizada com um instrumento de madeira (chamado de cacho ou marcador), em forma de cova, indicando o local que irá receber a muda.

O transplante das mudas para a lavoura deve acontecer com umidade no solo, logo após as precipitações, o que garante boa pega. Para assegurar uma boa pega deve-se plantar em dias nublados e sem ventos, utilizar mudas sadias com cerca de 20 cm de altura, plantares mudas no mesmo dia em que elas são arrancadas, imunizar as mudas contra pragas, e quando não houver chuvas no período, o fumicultor é obrigado a realizar o transplante com o auxílio de rega manual.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

 

Fonte

OLIVEIRA, F.; COSTA, M.C.F. Cultivo de fumo (Nicotiana tabacum L). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012. 31 p.

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