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Importância do fumo

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Foto: Pixabay

O cultivo de tabaco tem elevada importância econômica e social para o Brasil em função da geração de renda e emprego. Além disto, o setor exerce contribuição importante para a balança comercial do país. Sob o prisma social, a atividade acarreta melhores condições de saúde, educação e segurança na região Sul, onde a cultura se concentra.

No cenário mundial, o cultivo de tabaco ocorre tanto em países emergentes quanto nos desenvolvidos. O Brasil se destaca como um dos principais produtores e exportadores. O dinamismo brasileiro se explica pelo aumento sistemático da produtividade da cultura de tabaco, cujo rendimento passou de 1,5 para 2,2 toneladas por hectare entre 1998 e 2019.

Adicionalmente, o cultivo de tabaco se destaca pelo baixo uso de defensivos em comparação com as principais culturas do Brasil, como as de soja, milho, trigo, algodão, uva, cana-de-açúcar, café e arroz. Mesmo assim, o setor registrou avanço do rendimento da área nos últimos anos. A área plantada do tabaco foi de 306 mil hectares em 2019, enquanto o valor bruto de produção totalizou aproximadamente R$ 6,85 bilhões (IBGE, 2019). Além disto, as exportações de tabaco e derivados somam US$ 2,1 bilhões, correspondendo a 2,2% do total das receitas de exportação do agronegócio e 1,0% de todo o comércio externo brasileiro.

Hoje, quase 99% da produção de tabaco do Brail se distribuem entre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná (nesta ordem em importância), envolvendo o trabalho de cerca de 150 mil famílias segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (AFUBRA). Cerca da metade dos municípios da região Sul produziu alguma quantidade de tabaco. Dessas 566 cidades sulistas, mais de 10% deriva sua renda agrícola majoritariamente do cultivo do produto. 

Por outro lado, análises comparativas para municípios altamente especializados na produção de tabaco também se aplicam a outros indicadores socio-econômicos que exibem melhores condições de vida nas regiões fumageiras. Os dados de mortalidade infantil (crianças entre 0 a 4 anos) em 2019 era significativamente menor nas cidades das áreas produtoras de tabaco comparativamente as não produtoras, só para se ter um exemplo.

Outro indicador de bem-estar social que sobressai-se é a da taxa de evasão escolar das áreas de produção de tabaco, considerado relevante para se mensurar a qualidade de vida das famílias produtoras de tabaco. A proporção de alunos matriculados que abandonaram o ano letivo é menor nos municípios caracterizados por alta especialização no cultivo de tabaco, relativamente aos de municípios não produtores.

Desta forma, o cultivo de tabaco se destaca tanto por sua relevância econômica quanto pela sua importância social, especialmente pela qualidade de vida que proporciona às populações das áreas produtoras, substancialmente melhor do que a observada nos estados da região Sul como um todo.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia.

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