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Cura das folhas de fumo

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Foto: Pixabay

Após a colheita, as folhas do fumo estufa ou as plantas do fumo galpão são acondicionadas em unidades de cura (estufas ou galpões – dependendo do tipo) onde sofrem um processo de cura, ou seja, perda de água, mudança de cor e uma série de transformações bioquímicas. Estas transformações do processo de cura são essenciais para a característica de sabor específico às diferentes marcas de cigarros.

Para obter-se uma boa cura o fumo deve estar uniformemente maduro.“Uma folha de fumo madura normalmente contém 80 a 90% de água e 10 a 20% de sólidos.

A cura envolve principalmente a transformação de nutrientes e redução de umidade, e é dividida em 4 fases: amarelamento, murchamento, secagem da folha (fixação da cor) e secagem do caule:

- Amarelamento – Nesta fase ocorre a finalização da maturação do tabaco. A coloração da folha muda lentamente de tons verdes para amarelos, enquanto as nervuras permanecem verdes. Esta fase leva em média de 48 a 60 horas;

- Murchamento – este processo visa acelerar o “amarelamento” além de promover o murchamento das folhas. Esta fase leva em média de 18 a 24 horas;

- Secagem da folha - a lâmina da folha gradualmente muda do amarelo para uma cor escura (marrom, castanho, ou marrom avermelhado). Esta fase leva em média de 48 a 60 horas;

- Secagem do talo - ocorre a murcha do talo e a perda da maior parte de sua umidade. Esta fase leva em média 24 horas.

O processo de cura estará completo quando as nervuras principais estiverem secas, podendo iniciar a despenca.

A cura do tabaco se resume em quatro tipos descritos abaixo:

- Cura ao Sol: As folhas do tabaco são penduradas em uma área aberta, em contato direto com o sol. Esse tipo de cura é comum em regiões de clima árido e pouca incidência de chuva;

- Cura ao ar livre: O tabaco é posto em galpões abertos, sem paredes, somente com a proteção do teto. O ar circula livremente, e o tabaco seca à sombra. Por aqui é conhecido como "fumo de galpão";

-  Cura em estufa: O tabaco é pendurado dentro de uma estufa fechada e então exposto ao calor, com temperatura controlada. O calor vem de um forno na parte externa, que se espalha no interior da estufa por canos de ferro. É muito utilizado no sul do Brasil, pelos produtores de variedades do Virgínia. Esse processo favorece a concentração dos açúcares na folha, por isso a coloração tem um agradável tom que vai do amarelo ao alaranjado;

- Cura ao fogo: Essa cura é realizada em galpões fechados com um fogo fraco ao centro. As folhas são expostas ao fogo e à fumaça, adquirindo ao longo do processo o agradável sabor e aroma da defumação proveniente da queima da madeira e eventualmente ervas.

 

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

Fonte

OLIVEIRA, F.; COSTA, M.C.F. Cultivo de fumo (Nicotiana tabacum L). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2012. 31 p.

 

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