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Galvani diz que deficiência logística no Brasil impacta na competitividade

Produção nacional de fertilizantes é prejudicada



O Diretor Comercial da Galvani, Eduard Kozak, foi entrevistado pelo GlobalFert no mês de março e falou sobre a visão da empresa em relação a produção de fertilizantes no Brasil e os desafios do mercado em 2016. 

Eduard Kozak é formado em Engenharia Agronômica, possui MBA em Marketing, Estratégia Empresarial e mais de 20 anos de experiência no setor de fertilizantes. Antes de assumir como diretor Comercial da Galvani, em janeiro de 2015, trabalhou como Gerente de Mercado na Yara.

1. A Galvani possui seis unidades industriais no Brasil que produzem fertilizantes e químicos, e também é produtora de matéria-prima, SSP. Qual é a atual capacidade de produção da empresa para cada linha de produto e quanto desta capacidade é utilizada atualmente?

A capacidade atual de produção anual é de 650 mil toneladas no Complexo Industrial de Paulínia (SP), e de 500 mil toneladas no Complexo Industrial de Luís Eduardo Magalhães (BA). As outras unidades são industriais de mineração, e estão localizadas em Lagamar (MG), Angico dos Dias (BA) e Irecê (BA), além de unidade portuária em Fortaleza (CE). 

 

2. Qual a participação do faturamento da Galvani no mercado brasileiro em relação às demais empresas do setor de fertilizantes? Está nos planos da empresa o investimento em novas plantas?

Por questões estratégicas, não divulgamos o market-share da Galvani no mercado nacional ou por regiões. Já em relação aos mercados-alvo, o Centro-Oeste e a região Oeste da Bahia são focos de nossa atuação, além do segmento de vendas industriais.

 

3.  O que a união da Galvani com a empresa Yara fertilizantes em 2014 trouxe de benefícios para ambas em relação ao faturamento e abrangência da produção de fertilizantes no Brasil?

A aquisição de 60% dos ativos da Galvani, ocorrida em 2014, tem como objetivo apoiar o desenvolvimento da produção no País e ajudar a reduzir a dependência de fertilizantes importados, ao possibilitar a implantação dos projetos de expansão da Galvani. Além de contribuir com mais produção de fosfatados para a crescente demanda da agricultura brasileira, iremos contribuir para o desenvolvimento de uma agricultura ainda mais rentável e sustentável, ajudando a reduzir a dependência de fertilizantes importados no Brasil.

 

4. Qual a visão da Galvani em relação à produção de fertilizantes no Brasil? A empresa acredita que o Brasil pode diminuir a dependência das importações de fertilizantes?

A dependência externa hoje é um fato inerente ao negócio de fertilizantes no Brasil. Acreditamos que o país vai continuar dependente dos importados pelo menos no futuro próximo, por isso os produtores rurais vão ter que contar com fornecedores confiáveis, com produtos de alta qualidade. De qualquer forma, a aquisição de 60% da Galvani pela Yara e os projetos de expansão da Galvani em Angico dos Dias (BA), Serra do Salitre (MG) e Santa Quitéria (CE) tem como objetivo diminuir esta dependência da importação de fertilizantes, que hoje representa mais de 70% do que é consumido no País. 

 Para cobrir a demanda futura de rocha fosfática, a Galvani está desenvolvendo três projetos, conforme abaixo.  

• Santa Quitéria/CE (greenfield): cerca de 800 mil toneladas de rocha fosfática por ano

• Salitre/MG (greenfield): cerca de 1,2 milhão de toneladas de rocha fosfática por ano

• Angico dos Dias/BA (brownfield): cerca de 150 mil toneladas adicionais de rocha fosfática por ano 

 Além da rocha fosfática, os projetos em desenvolvimento incluem novas capacidades para a produção de fertilizantes fosfatados. Estes projetos serão concluídos, conforme planejamento, de 3 a 5 anos após o fechamento do negócio, que ocorreu em 2014.

 

5. Apesar das incertezas mercadológicas do setor, as vendas de fertilizantes nas primeiras semanas de 2016 dispararam no Brasil. Quais são os desafios do mercado de fertilizantes que a Galvani enxerga para 2016 e como eles estão sendo tratados pela empresa? 

O momento de instabilidade política e econômica vivido pelo Brasil pode reduzir a oferta de crédito no setor rural e fazer com que os juros aumentem. Acreditamos que este possa ser um entrave para o segmento em 2016.

Entretanto, para que o País tenha um crescimento duradouro e bem fundamentado é preciso resolver questões-chave para o custo Brasil: logística e infraestrutura, sustentabilidade tributária e segurança jurídica. A já conhecida deficiência logística do Brasil tem grande impacto na competitividade da produção nacional. É preciso investir mais e, principalmente, melhor.

Porém, a Galvani está trabalhando para reduzir um possível impacto de quaisquer mudanças nas questões de crédito, logística e infraestrutura, adequando seu portfólio para atender aos diferentes perfis de produtores, otimizando assim sua performance fabril.

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