Sei que muitos colegas melhoristas de plantas não admitem a possibilidade de que uma boa variedade de soja do passado poderia competir com as melhores variedades do presente, quando apenas o fator produtividade for considerado na equação. Isto porque variedades muito produtivas do passado foram retiradas do mercado por outros defeitos genéticos, que não o seu desempenho produtivo. Na ausência dos fatores restritivos que as condenaram no passado essas variedades poderiam, eventualmente, ser cultivadas hoje e competir com as mais plantadas na última safra.
Eu também sou melhorista de plantas, especialização que obtive nos meus cursos de Mestrado e Doutorado na Universidade da Flórida, EUA. Pois foi da Flórida que veio Bragg, a variedade de soja mais cultivada na região sul do Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Posteriormente, mesmo continuando a ser muito produtiva, essa variedade foi descartada por causa da sua vulnerabilidade às doenças Mancha olho de rã e Cancro da haste, problemas inexistentes no Brasil quando da sua introdução.
O que teria acontecido com a soja Bragg, sem a presença dessas duas enfermidades? Talvez ela ainda estivesse sendo cultivada com êxito, juntamente com outras centenas de novas variedades que vieram depois dela e foram igualmente descartadas, o que nos permite intuir que o que mais motiva a troca de variedades no mercado de sementes não é apenas a sua capacidade produtiva, mas outras vantagens como o ciclo mais adequado para o sistema de produção vigente (pode favorecer o estabelecimento de um segundo cultivo no verão), um melhor controle de plantas daninhas (soja RR), resistência a pragas (soja Bt) e o porte ereto e reduzido (menos de 90 cm) das plantas, entre outras qualidades. Desde o início dos programas de melhoramento genético da soja no Brasil, mais de 1.300 variedades foram desenvolvidas, registradas e descartadas no país por motivos diversos, entre os quais a produtividade, mas não só.
Os pesquisadores que atuam no desenvolvimento de novas sementes precisam, portanto, estar permanentemente antenados e prontos para intervir na solução de problemas novos: novas pragas e novas doenças entre outros, além de estarem prontos para aproveitar oportunidades de incorporar novas características potencialmente desejadas pelo setor produtivo de soja, sem desconsiderar que a variedade é apenas um dos muitos fatores que contribuem para uma boa colheita.
Uma variedade geneticamente superior não significa muita coisa, se ela não puder expressar o seu máximo potencial genético, o que só acontece quando os demais fatores de produção estão presentes em condições ideais: água na quantidade e momento certo, nutrientes segundo as necessidades indicadas pela análise do solo, ausência de compactação do solo, controle de plantas daninhas, de pragas e de doenças, entre outros. Ou seja, a utilização de variedades modernas, com alto potencial produtivo, deve ser acompanhada com práticas de manejo que disponibilizem às plantas as condições ambientais necessárias à expressão desse potencial.
Não faz sentido investir na compra de uma Ferrari para rodar em estrada de chão.
Eu também sou melhorista de plantas, especialização que obtive nos meus cursos de Mestrado e Doutorado na Universidade da Flórida, EUA. Pois foi da Flórida que veio Bragg, a variedade de soja mais cultivada na região sul do Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Posteriormente, mesmo continuando a ser muito produtiva, essa variedade foi descartada por causa da sua vulnerabilidade às doenças Mancha olho de rã e Cancro da haste, problemas inexistentes no Brasil quando da sua introdução.
O que teria acontecido com a soja Bragg, sem a presença dessas duas enfermidades? Talvez ela ainda estivesse sendo cultivada com êxito, juntamente com outras centenas de novas variedades que vieram depois dela e foram igualmente descartadas, o que nos permite intuir que o que mais motiva a troca de variedades no mercado de sementes não é apenas a sua capacidade produtiva, mas outras vantagens como o ciclo mais adequado para o sistema de produção vigente (pode favorecer o estabelecimento de um segundo cultivo no verão), um melhor controle de plantas daninhas (soja RR), resistência a pragas (soja Bt) e o porte ereto e reduzido (menos de 90 cm) das plantas, entre outras qualidades. Desde o início dos programas de melhoramento genético da soja no Brasil, mais de 1.300 variedades foram desenvolvidas, registradas e descartadas no país por motivos diversos, entre os quais a produtividade, mas não só.
Os pesquisadores que atuam no desenvolvimento de novas sementes precisam, portanto, estar permanentemente antenados e prontos para intervir na solução de problemas novos: novas pragas e novas doenças entre outros, além de estarem prontos para aproveitar oportunidades de incorporar novas características potencialmente desejadas pelo setor produtivo de soja, sem desconsiderar que a variedade é apenas um dos muitos fatores que contribuem para uma boa colheita.
Uma variedade geneticamente superior não significa muita coisa, se ela não puder expressar o seu máximo potencial genético, o que só acontece quando os demais fatores de produção estão presentes em condições ideais: água na quantidade e momento certo, nutrientes segundo as necessidades indicadas pela análise do solo, ausência de compactação do solo, controle de plantas daninhas, de pragas e de doenças, entre outros. Ou seja, a utilização de variedades modernas, com alto potencial produtivo, deve ser acompanhada com práticas de manejo que disponibilizem às plantas as condições ambientais necessárias à expressão desse potencial.
Não faz sentido investir na compra de uma Ferrari para rodar em estrada de chão.