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Perspectivas para o Manejo da Ferrugem Asiática na Safra 2014


Instituto Phytus
Por: Ricardo Silveiro Balardin
Devido ao padrão de dispersão aéreo de Phakopsora pachyrrizi os riscos de uma epidemia severa estão relacionados à abundância de esporos deslocados desde áreas com presença de soja já em cultivo e condições climáticas locais noturnas que tornam viáveis as inoculações do patógeno.
            Os programas de controle químico devem obedecer a dois fundamentos básicos: primeiro, estágio inicial da infecção; segundo, promover um controle dos patógenos oriundos da semente e do solo, cuja ação combinada pode propiciar maior agressividade de Phakopsora.
            O primeiro aspecto remete à necessidade de uma pulverização no estádio vegetativo da planta de soja, momento que os primeiros esporos do patógeno estarão iniciando a infecção. No Cerrado este momento deverá ocorrer no período entre 18 e 25 dias após a emergência, enquanto que nas regiões ao Sul do Brasil este período poderá ocorrer entre 25 e 30 dias após a emergência.
            Além da possibilidade de que os produtos aplicados sejam distribuídos em toda a planta, uma maior eficácia será obtida em função da menor quantidade de doença estabelecida na planta. A combinação entre baixo inóculo e maior eficácia de controle remete a um maior residual e a possibilidade de que, nas áreas extensas, melhor equacionamento de logística e operação das pulverizações sejam obtidas.
            Não deve ser esquecido que o residual de controle de um fungicida depende de suas características intrínsecas associadas a uma otimização da capacidade produtiva da planta. Evidentemente que a qualidade com que os fungicidas são aplicados também definirá seu nível de eficácia.
            As perspectivas de controle da ferrugem da soja apontam para um cenário com dificuldade crescente. Havendo condições ambientes favoráveis quaisquer erros serão decisivos. Se o sistema produtivo não compreender que o controle da ferrugem passa pela otimização da performance produtiva da planta, o sucesso do controle será comprometido e quaisquer ferramentas contribuirão apenas parcialmente com aquilo que se propõe.
            Nesta safra, a dispersão de inóculo de Phakopsora já iniciou, mas tende a apresentar uma elevação consistente a partir do mês de dezembro. Acredita-se que os cuidados terão de ser redobrados entre a segunda quinzena de dezembro e o final de fevereiro, sempre atentando para que os produtos aplicados sejam adequadamente distribuídos na planta e que não seja permitido que a doença, uma vez estabelecida, evolua de uma forma a se tornar incontrolável.
            Quanto aos produtos a serem utilizados, misturas entre diferentes grupos químicos apresentam maior eficácia de controle. Atualmente, estão disponíveis produtos dos grupos Triazol, Benzimidazol, Estrubirulina e Carboxamida. Os produtores devem buscar junto à assistência técnica quais combinações e quais os momentos ideais para que as misturas produzam o maior efeito possível. A única ressalva a ser feita é a de não utilizar produtos isolados, em quaisquer das aplicações realizadas.
Ricardo Silveiro Balardin                                      
Colaborador ad hoc do Instituto Phytus e professor da Universidade Federal de Santa Maria

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