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O Meio Rural e o Acesso à Informação


Instituto Phytus
As profundas transformações observadas no mundo rural, nos últimos trinta anos, geraram uma necessidade de adaptação, por parte dos produtores, a uma nova realidade em que a produção de subsistência deu lugar a um complexo sistema agroindustrial e as fronteiras entre rural e urbano tornaram-se, cada vez mais, tênues e difusas. O conhecimento deixou de ser privilégio e tornou-se fator de desenvolvimento da agricultura.

Nesse contexto a inclusão digital representa um canal privilegiado para o acesso à informação – fonte de conhecimento – e uma possibilidade de equalização de oportunidades para todos os segmentos da sociedade, seja ela urbana ou rural. Sendo assim, a difusão das tecnologias de informação e comunicação (TIC’s), especialmente da internet, tornou-se uma necessidade para o meio rural, tanto quanto já era para o urbano, visando atender a demanda por informações atualizadas e constantes.
No que se refere às possibilidades aventadas pelas TICs para o meio rural pode-se destacar a extinção dos limites geográficos, a ampliação de horizontes e a incorporação de expectativas, a constituição de grupos de comercialização, o desenvolvimento de novas políticas públicas, o acesso facilitado a estimativas de safras e desempenhos nas bolsas de valores e commodities, a serviços bancários, as cooperativas de crédito e de produção, a educação a distância e a assistência técnica.
Todavia, abolir as distâncias espaciais e oportunizar acesso universal às TICs ainda são promessas e, para isso, é necessário superar questões relativas aos custos de infraestrutura, à qualificação da população em termos de alfabetização digital e sua familiarização com a internet. Assim, Bernardo Sorj, autor do livro “[email protected]”, afirma que a inclusão digital depende de cinco fatores. São eles:

1) A existência de infraestruturas físicas de transmissão.
2) A disponibilidade de equipamentos/conexão de acesso (computador, modem, linha de acesso).
3) Treinamento no uso de instrumentos do computador e da internet.
4) Capacitação intelectual e inserção social do usuário, produto da profissão, do nível educacional e intelectual e de sua rede social, que determina o aproveitamento efetivo da informação e das necessidades de comunicação pela internet.
5) A produção e o uso de conteúdos específicos adequados às necessidades dos diversos segmentos da população.
Portanto, para a universalização do acesso à internet é necessário que sejam superadas as barreiras de infraestrutura, que dependem de investimentos público-privados, além da capacitação dos usuários e da disponibilização de conteúdos específicos para o meio rural. Este último ponto vem sendo gradativamente superado com o advento de portais e canais específicos para o público do Agronegócio.
Verônica Crestani Viero - Engenheira Agrônoma, Relações Públicas e Mestre em Extensão Rural pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), atua como Coordenadora de Ensino do Instituto Phytus.
E-mail: [email protected]

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