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O efeito petróleo e os indicadores econômicos


Argemiro Luís Brum

<p style="text-align: justify;">Com a infla&ccedil;&atilde;o de agosto, o acumulado de 12 meses passou a 4,61%. Ainda uma infla&ccedil;&atilde;o aceit&aacute;vel, por&eacute;m, em eleva&ccedil;&atilde;o como j&aacute; era esperado. At&eacute; o momento, a mesma caminha para fechar o ano dentro das proje&ccedil;&otilde;es de 5% a 6%, ou seja, acima do teto da meta. Por enquanto, este comportamento n&atilde;o deve diminuir o ritmo de redu&ccedil;&atilde;o da taxa Selic, de 0,5% nas pr&oacute;ximas reuni&otilde;es do Copom. Embora haja uma preocupa&ccedil;&atilde;o que mere&ccedil;a aten&ccedil;&atilde;o: os pre&ccedil;os do petr&oacute;leo voltaram a subir no mercado internacional. Ap&oacute;s bater em pouco mais de US$ 73,00/barril em julho, a cota&ccedil;&atilde;o do mesmo abriu o dia 18/09 em US$ 94,41.</p>

<p style="text-align: justify;">Com isso, novos reajustes de combust&iacute;veis no Brasil devem ocorrer at&eacute; o final do ano, salvo se o governo represar os aumentos temporariamente. O fato &eacute; que, neste quesito, os fortes aumentos de dias atr&aacute;s (16,3% para a gasolina e 25,8% para o diesel, nas refinarias), ainda n&atilde;o cobriram integralmente a defasagem anterior. Segundo a Associa&ccedil;&atilde;o dos Importadores, se o diesel teria sido ajustado suficientemente (a defasagem era de 22% na oportunidade), a gasolina ficou longe disso, pois a defasagem, em rela&ccedil;&atilde;o ao mercado internacional, era de 30%. Ora, com o aumento superior a 29% no pre&ccedil;o mundial do petr&oacute;leo nestes &uacute;ltimos dois meses, a defasagem ganha for&ccedil;a, mesmo que o governo tenha &ldquo;abrasileirado&rdquo; os reajustes.</p>

<p style="text-align: justify;">Lembrando que o diesel voltou a subir um pouco no in&iacute;cio de setembro devido ao retorno de parte da cobran&ccedil;a dos impostos federais que, eleitoreiramente, foram retirados pelo governo anterior no final do ano passado. E em outubro pr&oacute;ximo novo aumento, devido a este fato, vir&aacute;. Assim, n&atilde;o se pode ignorar a possibilidade de, futuramente, o ritmo de redu&ccedil;&atilde;o da Selic recuar para 0,25% a cada reuni&atilde;o do Copom. Mesmo assim, a economia, dentro de suas atuais possibilidades, se mostra com resili&ecirc;ncia e o PIB estimado para 2023 continua subindo. Ali&aacute;s, a melhoria da estimativa &eacute; significativa, pois se esperava, em janeiro do corrente ano, um PIB de apenas 0,77%. Nesta primeira quinzena de setembro a expectativa j&aacute; est&aacute; em 2,9%. Assim, o comportamento do mesmo repete o ocorrido em 2022. Mas, muito disso &eacute; apenas efeito conjuntural, devido ao chamado &ldquo;superciclo&rdquo; das commodities, com seus elevados pre&ccedil;os, o qual est&aacute; deixando de existir paulatinamente nestes &uacute;ltimos meses. &nbsp; &nbsp;&nbsp;</p>
 

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