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O econômico e o ecológico


Argemiro Luís Brum
Tem sido constante o debate em defesa do meio ambiente e da ecologia nestes últimos tempos no mundo. A ponto de tal debate interromper projetos visivelmente importantes na área econômica e para o desenvolvimento do país. A questão das barragens hidrelétricas é um exemplo. Mais recentemente a transgenia passou a ser questionada nesta lógica. Atualmente, a defesa do biocombustível (agrocombustível) ganha força. Na prática, o debate é importante e necessário, pois efetivamente a humanidade precisa encontrar formas de se desenvolver, utilizando o meio ambiente sem destruí-lo. Esta é a essência do desenvolvimento sustentável. No entanto, em muitos casos, ideologias radicais e interesses específicos, agindo sob a forma inclusive de ONGs ditas em defesa da vida no planeta, barram o avanço do conhecimento e do debate construtivos mundo afora. Neste sentido, e assistindo ao impulso que os biocombustíveis ganharam no mundo nos últimos anos, trazemos aqui uma contribuição a tal debate, relativizando o confronto entre o econômico e o ecológico.  Um seminário, realizado na cidade francesa de Grenoble, nos dias 28 e 29 de janeiro passado, reuniu 50 cientistas e especialistas em agrocombustíveis e chegou a uma conclusão ainda não definitiva, porém, instigante: é questionável o ganho ecológico que os biocombustíveis trariam à humanidade em substituição ao combustível fóssil (petróleo). Na prática, diversos estudos realizados a partir de 2003 desmentem as vantagens ecológicas dos biocombustíveis. Há diferenças gigantescas entre os resultados dos diferentes estudos. Pode-se ganhar 11 unidades de energia produzida por uma consumida, na cadeia de produção dos agrocombustíveis, até se perder 16 unidades dependendo do produto analisado. Muitos biocombustíveis seriam nocivos ao meio ambiente!
 

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