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O Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso


Opinião Livre
O turismo ecológico é um dos setores que mais cresce, graças à natureza exuberante de locais como o Pantanal e a Chapada dos Guimarães
Antônio Padilha de Carvalho* - Especial para o Diário de Cuiabá
O Secretário Chefe da Casa Civil do Governo do Estado de Mato Grosso, Pedro Nadaf, proferiu uma palestra no dia 19/09 com a temática “O Desenvolvimento do Estado de Mato Grosso” para os Maçons da Capital, na Loja Maçônica que leva o nome de seu respeitável pai: “Novo Milênio Jamil Boutros Nadaf”, onde de maneira bastante didática, expôs a situação desenvolvimentista por qual passa o nosso Estado.

Em sua explanação, Pedro Nadaf demonstrou conhecimento da atual situação econômico-financeira do Estado de Mato Grosso, afirmando e demonstrando com números que o expressivo crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos.
Na sua fala ofereceu números, que de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 1985 e 2003, dentre as unidades federativas do País, o PIB mato-grossense foi o que exibiu o maior aumento nominal: 275%.
A abordagem utilizada pelo Secretário Pedro Nadaf foi ampla, pois fez um verdadeiro retrato das potencialidades do nosso Estado, asseverando que o mesmo está Localizado na Região Centro-Oeste, possuindo extensão territorial de 903.329,700 quilômetros quadrados, sendo o segundo maior do Brasil. De acordo com dados divulgados em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estadual é de 3.035.122 habitantes.
Mato Grosso possui um planalto com grandes chapadas e grandes áreas de planície pantaneira. São três os principais ecossistemas da região: pantanal, cerrado e floresta Amazônica, que ocupa metade da área do estado. No pantanal, vivem inúmeras espécies de animais, incluindo centenas de tipos de aves aquáticas.
O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães recebe milhares de turistas, anualmente, nos seus 33 mil ha de cânions, cascatas e cavernas. No Parque Nacional do Xingu, diversas tribos indígenas preservam as suas tradições.
No início da década de 90, a economia do estado cresceu em ritmo acelerado, com o desenvolvimento da agroindústria e com a política de benefícios fiscais do governo, que atraiu muitos migrantes para a região. O desenvolvimento econômico multiplicou o número de municípios no estado, que incorporaram costumes de populações vindas de diversas partes do país.
Em todo o estado, constata-se um agrupamento desigual da população: em algumas cidades, como Cuiabá, o adensamento é superior a 100 pessoas por km2, enquanto que em outros municípios não chega a 2 habitantes por km2.
A história do nosso Estado não foi esquecida pelo palestrante, lembrando que a capitania de Mato Grosso foi criada em 1748 e incorporada ao Brasil, dois anos depois, pelo Tratado de Madri. Antes disso, era uma área que pertencia à Espanha.
Quando terminou o ciclo do ouro, a região viveu um período de empobrecimento e de esquecimento. A ampliação da rede telegráfica pelo Marechal Cândido Rondon e a construção de algumas estradas diminuíram o isolamento da província e estimularam a migração.
Com a criação de Brasília e os investimentos federais destinados a todo o Centro-Oeste, a economia do estado volta a crescer e sua população tem um aumento significativo.
Em 1977, o governo federal dividiu Mato Grosso em dois estados, ao considerar as dificuldades de se promover o desenvolvimento de uma região tão extensa e com tanta diversidade. No norte, menos populoso e mais pobre, ficou o estado de Mato Grosso. No sul, mais próspero e mais populoso, foi criado Mato Grosso do Sul.
Mais de 20 anos após a formação de dois estados, Mato Grosso, que ficou com a região menos rica, apresenta crescimento expressivo. A principal força econômica está na agricultura, cujo crescimento é demonstrado por recordes na produção de soja e de algodão. Desde a divisão, a área plantada aumenta quatro vezes e a produção, 760%. A produtividade média da soja é de 2,8 mil kg por ha, igual à norte-americana e 20% superior à brasileira. A explosão agrícola multiplica o número de cidades: na época da divisão do estado, o norte tinha 38 municípios, hoje conta com 130. Nessas cidades interioranas, a maioria da população veio da Região Sul e impôs seus hábitos, como o chimarrão e o churrasco. Na capital, Cuiabá, a cultura pantaneira continua prevalecendo, apesar de pelo menos metade de seus quase mais de quinhentos mil habitantes ser formada por “forasteiros”.
O escoamento da produção agrícola conta com os trens da Ferronorte, cujo primeiro trecho foi inaugurado em agosto de 2000, e com quatro hidrovias, que baratearam o transporte das safras em até 40%. Afirmou: O trem já está em Rondonópolis, logo, logo estará em Cuiabá.
Entre 2003 e 2004 o estado teve o segundo maior crescimento econômico do país atrás apenas do Amazonas, com crescimento do PIB em 10,3% nesses anos. A agricultura é a maior força impulsionadora de sua economia sendo líder nacional na produção de algodão e soja (35% de toda produção nacional). O município de Sorriso tem a maior área plantada de soja do mundo, com 578 mil hectares (2005).
Devido ao crescimento econômico propiciado pelas exportações, Mato Grosso tornou-se um dos principais produtores e exportadores de soja do Brasil. Entre os municípios que destacam como exportadores está Rondonópolis, maior exportador do Estado. Entre os 10 municípios mais ricos do Centro-Oeste, 8 são de Mato Grosso, com destaque para Alto Taquari, Campos de Julio e Sapezal, que possuem os três maiores PIBs per capita da mesorregião, e Cuiabá, que é sede de 8 empresas de grande porte, mesma quantidade que Belém e Florianópolis e maior número que em Campo Grande. É um dos maiores estados em relação à exploração de minérios.
A economia da capital, Cuiabá, está concentrada no comércio e na indústria. No comércio, a representatividade é varejista, constituída por casas de gêneros alimentícios, vestuário, eletrodomésticos, de objetos e artigos diversos. O setor industrial é representado, basicamente, pela agroindústria. Muitas indústrias, principalmente aquelas que devem ser mantidas longe das áreas populosas, estão instaladas no Distrito Industrial de Cuiabá (DIICC), criado em 1978. Na agricultura, cultivam-se lavouras de subsistência e hortifrutigranjeiros. O município, com um PIB de 6,67 bilhões de reais em 2005, de acordo com o IBGE, respondeu por 21,99% do total do PIB estadual, ocupando a primeira posição no ranking mas ainda estando a baixo de Campo Grande e Goiânia.
Cuiabá gera boa parte da energia elétrica consumida pelo estado. Próxima ao Distrito Industrial, funciona a Usina Termelétrica de Cuiabá. Concluída em 2002 e abastecida com gás natural boliviano, através de um ramal do Gasoduto Brasil-Bolívia, ela tem potência instalada de 480 MW, respondendo, em 2005, por 23,13% do total da potência instalada do Estado.

Pedro Nadaf também fez alusão à necessidade de exploração do turismo em nosso Estado, afirmando que o turismo mato-grossense enquanto matéria-prima existe e é inestimável. É necessária a orquestração entre atores públicos e privados para a estruturação e promoção da oferta cultural dos territórios na construção do produto turístico.
O turismo é indiscutivelmente a atividade econômica que mais cresce e se desenvolve em todo mundo. Alguns setores da sociedade classificam-no de Indústria sem Chaminés, já que é grande gerador de divisas e de empregos. Nos países com grande potencial de recursos naturais, como é o nosso caso, é imprescindível que se direcione a indústria turística para o caminho que lhe é devido, fazendo com que as ações governamentais se voltem mais acentuadamente, para este setor tido como vital para nossas divisas.
No entanto, as potencialidades turísticas naturais existentes em Mato Grosso devem merecer atenção devida da classe política e empresarial para seu desenvolvimento de forma efetiva e perene.
O setor industrial, por sua vez, se concentra na capital, Cuiabá, e contribui com apenas 16,4% para o PIB estadual. Entretanto, ele está em expansão, sobretudo os segmentos alimentício, frigorífico, construção civil, cerâmica, couro-calçadista, celulose e papel, eletroeletrônica, farmacêutica, madeireira, mecânica e metalúrgica.
Mato Grosso é o maior produtor de algodão e de soja do Brasil. É destaque também na produção de girassol. Os índices de produtividade no estado superam a média nacional, chegando a alcançar os níveis de produtividade da produção norte-americana. Toda essa produtividade é resultado de uma agricultura moderna, mecanizada e de precisão.
A pecuária é outro destaque na economia do Mato Grosso. O rebanho bovino no estado está entre os maiores do Brasil, competindo principalmente com seus vizinhos, da mesma região. A criação de suínos também é expressiva.
O extrativismo, tanto vegetal como mineral, são de grande importância para a economia do estado. O extrativismo vegetal tem como principais produtos a madeira, a borracha e a castanha-do-pará. A madeira extraída na região tem alto valor comercial, como o jacarandá preto, angico, aroeira, peroba, canela, jequitibá, entre outras. O ouro, o calcário e o estanho são os principais produtos do extrativismo mineral.
A indústria mato-grossense é voltada ao setor alimentício e principalmente metalúrgico. O parque industrial é pequeno, porém, nos últimos anos, têm sido grandes os incentivos para que novas indústrias se estabeleçam na região. Por meio de um programa estadual, o governo estadual apóia a criação de Distritos Industriais municipais.
A deficiência em termos de transporte atrasa o desenvolvimento do estado.
O turismo ecológico é um dos setores que mais cresce, graças à natureza exuberante de locais como o Pantanal e a Chapada dos Guimarães.
A pesca esportiva (pesque-e-solte) atrai turistas do Brasil todo, pois nos rios do estado são encontrados os mais cobiçados peixes de água doce, como o Dourado, o Pacu, o Jaú, o Matrinchã, entre outros. Nos meses de piracema (de novembro a fevereiro), quando acontece a desova e reprodução dos peixes, a pesca é proibida na região.
Outras modalidades de turismo atraem turistas para a região, como o turismo para prática de esportes radicais (rafting e rapel); turismo místico (Chapada dos Guimarães e Serra do Roncador); e turismo de contemplação (aves, insetos), entre outros.
Aumento da arrecadação de impostos, do consumo de energia elétrica e das exportações e importações, são alguns dos indicadores positivos que Mato Grosso vem apresentando nos últimos anos. Essa tendência de crescimento vem sendo constatada também em 2008, segundo os dados divulgados pela Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), que confirmam o bom desempenho da economia estadual neste primeiro trimestre do ano. De acordo com o levantamento da Fiemt - que compara o primeiro trimestre de 2008 com o mesmo período do ano passado, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) total do Estado obteve uma variação nominal positiva de 18,8%, enquanto que a arrecadação do referido imposto no setor industrial teve incremento de 26,4%. Outro indicador que apresentou crescimento foi o consumo de energia elétrica.
Após a finalização da palestra, o Venerável Mestre da loja Maçônica “Novo Milênio Jamil Boutros Nadaf”, Prof. João Batista, solicitou da Assembléia Maçônica uma salva de palmas ao Secretário Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, agradecendo-o penhoradamente ao tempo em que abriu a palavra para o debate e indagações.
Está de parabéns portanto, o Secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, que demonstrou profundo conhecimento da atual situação econômico-financeira do Estado de Mato Grosso, além dos valores históricos, sociais e culturais de nossa terra querida. LUZES!
*Antônio Padilha de Carvalho, Advogado, Geógrafo, Especialista em Educação e Filosofia; Presidente do CLUBE GEO- Instituto de Defesa do Meio Ambiente, e colaborador do DC.
Artigo originalmente publicado no jornal Diário de Cuiabá, Edição nº 13730, em 20.10.2013

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