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Mapeamento da ocorrência de nematoides em municípios do Rio Grande do Sul


Instituto Phytus
Os relatos de ataques de nematoides na cultura da soja vêm crescendo safra após safra, preocupando produtores de diversas regiões do país. O principal fator que contribui para o aumento dos problemas com fitonematoides é a falta de conhecimento, por parte dos produtores, dos principais sintomas causados pela ação dos nematoides no sistema radicular, que, em muitos casos, refletem na parte aérea e acabam sendo creditados a qualquer outra injúria de ordem biótica ou abiótica.
Com o intuito de obter informações sobre a ocorrência de fitonematoides associados à cultura da soja na região sul do país, o Instituto Phytus realizou coletas em 23 municípios do Rio Grande do Sul, nas safras 2012/2013 e 2013/2014, sendo estes: Ijuí, São Luiz Gonzaga, Santo Ângelo, Ibirubá, Giruá, Cruz Alta, Santa Bárbara do Sul, Júlio de Castilhos, Santo Augusto, Tupanciretã, Carazinho, São Gabriel, Santa Flora, Porto Lucena, São Vicente do Sul, Jaguari, São Francisco de Assis, Boa vista do Cadeado, Cachoeira do Sul, Passo do Sobrado, Candelária, Paraíso do Sul e Nova Esperança do Sul.
O resultado deste levantamento apontou a presença do nematoide das galhas (Meloidogyne javanica), do nematoide do cisto da soja (Heterodera glycines), do nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) e do nematoide reniformis (Rotylenchulus reniformis), que são as principais espécies associadas à cultura da soja.
Duas espécies de nematoides destacaram-se das demais devido sua alta densidade no solo e sua frequência nos pontos amostrados: o nematoide das galhas (Meloidogyne javanica) e o nematoide do cisto da soja (Heterodera glycines). As demais espécies ocorrem geralmente em baixa e média densidade populacional no solo, porém esse cenário requer alguns cuidados já que esses microrganismos são especializados em alimentar-se diretamente das raízes, podendo rapidamente aumentar sua densidade populacional no solo, principalmente se o cultivo de variedades de soja suscetível for precedido também de outra cultura que permita a alimentação e reprodução desses nematoides.  
O sucesso frente ao manejo de nematoides passa primeiramente pela identificação e quantificação da espécie presente na área. De modo geral a erradicação dessas espécies quando estabelecidas em áreas de cultivo torna-se inviável, principalmente pela questão do custo. Por isso, é recomendado optar-se por medidas combinadas que possibilitem a manutenção das populações próximas ou abaixo do limiar de dano econômico.


Paulo Sergio dos Santos, pesquisador da área da Nematologia e colaborador ad hoc do Instituto Phytus, possui graduação em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), especialização em Processamento pós-colheita de grãos e sementes, pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e é mestrando em Engenharia Agrícola na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui experiência na área de Biologia Geral, com ênfase em identificação e manejo de nematoides.
Contato: [email protected]

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