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Empreendedorismo independe de CNPJ


José Osvaldo Bozzo
Manter o coração aberto é fundamental para reconhecer empreendedores de sucesso que pertençam ou não ao quadro societário

Embora eu reconheça que o artigo de hoje possa ir na contramão do que as literaturas esboçam sobre o empreendedorismo, tomo a liberdade, em nome dos anos de experiência trabalhando com empresas de todo porte, de manifestar a ideia de que empreendedorismo não está amparado somente por pessoas que abrem seu negócio. Ele pode se manifestar também de forma individual, quando as habilidades e competências de cada um acabam por gerar resultados positivos no seu meio laboral. E ainda, peço licença aos leitores para usar como exemplo uma das pessoas mais empreendedoras que conheci, meu Pai.


Olhe para o lado e perceba quem são as pessoas que estão com você todos os dias na luta, transpirando, tolerando, e o mais importante, conhecendo o sabor das vitórias, desafios e fracassos. São empreendedores, embora não assinem o próprio contracheque.

A exemplo do meu pai, esses profissionais possuem um grande valor humano agregado à capacidade de envolver todos os outros, num processo que hoje chamamos de liderança. Isso lhe valeu um efetivo valor à única empresa em que trabalhou – Grupo Matarrazzo. Todo o conhecimento foi aplicado de maneira prática e eficaz para a comunidade a qual fazia parte, resultando em processos inovadores e conquistas diárias.

É por isso que, cada vez mais, o capital humano precisa ser reconhecido. É um dos mais valiosos patrimônios e elemento fundamental para a manutenção do sucesso. A competência individual alinha-se diretamente a uma grande corporação, pois está exatamente ligada à organização e avaliação pela soma das capacidades de seus colaboradores. Os conhecimentos empilhados podem dar guarida a todos os funcionários que ao seu lado estiverem.

Trazendo este retrospecto para o mundo contemporâneo, é certo que a gestão do conhecimento e das características pessoais de cada um passa por uma linha tênue. Basta enxergar a concorrência atual. São desafios diários pela busca do valor agregado, pelo crescimento e consolidação das empresas, questões essenciais para o sucesso de novos negócios.

O ideal no mundo corporativo é buscar esse conjunto de habilidades voltadas para a promoção do conhecimento, o que sem dúvida alguma, possibilita que uma organização e seus colaboradores aproveitem as melhores informações de cada um, maximizando a produtividade e qualidade, o que traz, consequentemente, maior competitividade nos mercados em que atuam.

Como dizia Pierre Lévy: “Ninguém sabe tudo; todos sabem alguma coisa, todo o saber está na humanidade... A inteligência é distribuída por toda a parte, é um fato. Mas se deve agora passar desse fato ao projeto".

As políticas utilizadas no novo mercado empreendedor não podem ignorar essa questão. É absolutamente superado entender a empresa como instituição acima de seu patrimônio humano, mesmo que sua origem tenha como base o conhecimento profundo de seu fundador quanto à sua atividade básica. A experiência profissional, a vivência e a criatividade de cada colaborador são essenciais para o sucesso do negócio e a cultura organizacional. Portanto, a gestão do conhecimento, necessária para toda empresa, somente será eficaz se tiver como pressuposto o reconhecimento ao talento dos colaboradores.

Embora estejamos aqui tratando de um mundo laboral moderno, tenho a impressão de que, às vezes, o mercado de negócios tende a nascer e findar-se, por conta de gerações. Talvez tenhamos de fazer uma reflexão do que é certo ou errado, ou quem sabe, reviver o passado e trazê-lo de forma eficiente e moderno para o futuro. E é isso que desejamos para o nosso novo empreendimento.


A vida é interminável e os limites cônscios do momento não são parâmetros adequados para estabelecer o princípio e o fim dos ciclos da vida. Constituem, sim, uma geometria, pelo qual podemos delinear nossa existência e sermos senhores de nosso destino em busca de novas esperanças, expectativas e novos pontos de vista. Este é o ideal nos levando a novos ideais.

Temos que ter coragem para entender que as pretensões individuais, acompanhada da redução gradual da vitalidade e o começo do declínio anatomista é o que de fato traz a vontade de prosseguir no amadurecimento de nossa trajetória. E ainda, reconhecer a importância desse individuo de sucesso, seja pelo seu negócio, seja pela sua atuação individual ao longo de sua trajetória. Tempo capaz de gerar, além de informação, afeição e amizade.

Sem dúvida alguma, tenho comigo que a afeição é uma das maiores fortunas de uma existência. Encontrar e reencontrar amigos, conhecidos, enfim, e fortalecer estes vínculos, mesmo no meio empreendedor, é mais que um encanto.

Amigos desta excursão, amigos de outras passagens, enfim, amigos para toda a marcha. Acho que esta seja a maior razão de nossa sobrevivência, encontros e reencontros para compartilhar sempre.

Reflita sobre o valor e o apego da amizade, independente da frequência do contato ou semelhança. Pessoa amiga não é só aquela que tem muito em comum com nossas características, mas também e principalmente, aquela que é muito diferente e por isso você acaba por tanto aprender.

O fato é que estamos de passagem e não sabemos, por muitas vezes, quantas pessoas capacitadas nos rodeiam. Falo aqui do meu pai, homem honesto, generoso, inteligente, alegre, e empreendedor dentro daquilo que a vida lhe preservou. No setor sucroalcooleiro fez sua história, um legado de informações preciosas num tempo em que a palavra empreendedorismo ainda não era usada, mas que a força de trabalho e a capacidade de criar e liderar já faziam toda a diferença. Um grande Amigo. E como foi bom ter estado ao seu lado neste tempo.

Sabemos que a vida dá muitas desandas. Isso é fato, o tempo todo pessoas vêm e vão, sem entendermos ao certo o motivo de um ou outro. Mas há ainda as que se seguram com mais coragem e entusiasmo e se mantêm firmes e intensas para sempre. Fato é, que todos nós passamos por isso, é a vida tomando seu rumo. É preciso saber aproveitar cada momento e o melhor de cada pessoa.

Assim, trago comigo, há algum tempo, a convicção de que precisamos manter o coração mais aberto, livre de preconceitos, mágoas, ou qualquer outro sentimento que possa interferir de forma negativa nesses encontros e reencontros para que não deixemos passar nenhuma oportunidade, pessoal ou profissionalmente.

(Um agradecimento especial ao meu Tio Cynézio Bozzo, pessoa que muito estimo e que me inspirou neste tema que pode ser sumarizado em poesia por ele escrita e que compartilho com você, leitor.)

Encontros e Reencontros

Na alegria,
na tristeza, e na dor,
segue a vida, que na agonia,
há a certeza do amor.

E nos encontros e reencontros,
que acontecem, por alguma razão,
vem a satisfação,
de uma alegria no coração.

E com ironia,
até na tristeza,
se manifesta a alegria,
ante uma terna surpresa.

Mesmo onde jaz a identidade,
entre os sentimentos,
que no ato se atesta,
"mata-se" a saudade,
quando a alegria se manifesta.

De um irmão,
de um parente,
onde a união,
por alguma razão,
desfez o elo de sua corrente.

E o injusto julgamento,
a quem se isolou no afastamento,
e ter conquistado o firmamento,
em sua manifesta humildade,
traz no sofrimento,
a luz da verdade.

E a solidariedade,
traz a realidade,
de uma eterna amizade,
que ficou na saudade:

No abraço do sofrimento,
que resgata, nesse momento,
após longo afastamento,
essa fraterna amizade.

E após a oração,
para a eterna elevação,
o séquito, em procissão,
no silêncio, segue em união.

E, sobre o leito da mansidão,
o adormecido coração,
já deixa a saudade,
que ficará no rol da amizade.

E após o silêncio do pranto,
a aproximação,
traz o encanto,
do relacionamento, da união.

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