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Balanço de junho nas commodities brasileiras


Adelson Gasparin
O mês de junho foi marcado por boas movimentações no mercado agrícola brasileiro. No caso da soja, a demanda por parte dos players exportadores e das indústrias moageiras manteve-se muito aquecida. Já no mercado de milho, a evolução das negociações esteve em parte afetada pelos problemas logísticos, principalmente, em operações da região do centro-oeste. Por fim, na cultura de trigo as atenções foram voltadas a duas frentes: vendedores ocupados com o plantio da nova safra e, praticamente, ausentes do mercado e produtores de farinha com foco total nas compras oriundas dos leilões de venda da Conab.
A movimentação do dólar foi o principal estopim para a alta dos preços no mercado brasileiro de soja. Entre picos de alta, onde a cotação da moeda chegou alcançar US$ 2,28 frente o real, o mês encerrou com avanço de 5%, cotado à US$ 2,23. Já na Bolsa de Chicago as operações também foram positivas, com agentes investidores operando fortemente na compra tendo como fundamento a escassez de ofertas da oleaginosa no mercado agrícola norte-americano.
Em relação aos preços pagos nas principais praças brasileiras, a cotação avançou cerca de 15%. Este fator manteve muito atenta a ponta vendedora ao longo do mês. O mercado de exportação foi o principal agente comprador, já que em junho encerrava o embarque de vários navios que estavam no line up brasileiro. Fator que ocasionou num prêmio de exportação maior que o prêmio das indústrias esmagadoras.
No mercado brasileiro de milho, as atenções estiveram voltadas ao início da colheita da safrinha. Em relação aos preços, o balanço do mês é de estável a levemente positivo, apesar da grande oferta que está prestes a entrar no mercado com o avanço da colheita. Entretanto, o gargalo mais uma vez segue sendo a logística de transporte e armazenagem. O excesso de chuva no final do mês também foi um fator que ocasionou em atrasos na chegada deste milho aos compradores.
Com relação ao setor tritícola, o mês encerrou com cotações positivas. A ausência dos vendedores confirma o cenário de lentidão nas negociações de lotes no mercado doméstico. Para piorar ainda mais o quadro de ofertas, o governo argentino barrou as exportações de trigo do seu país. Apesar dos vizinhos Paraguai e Uruguai ainda deterem estoques da safra passada não há interesse de compra por parte dos produtores de farinha brasileiros, uma vez que a qualidade destes lotes é duvidosa e os preços estão em linha com trigo canadense e norte-americano.
Enquanto isso, a Conab seguiu desovando seus estoques em leilões quinzenais, com adesão de mais de 90% dos lotes ofertados pela companhia no mês de junho. Em relação ao plantio, estima-se que o Rio Grande do Sul já tenha semeado mais de 70% das áreas - em torno de 700 mil hectares. Até o momento as condições climáticas estão excelentes ao desenvolvimento da cultura.
 
Por: Adelson Gasparin - Corretor de Commodities da Agroinvvesti - [email protected]

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