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Avançar rumo à modernidade


Opinião Livre
Por Luiz Fernando Mainardi
A História ensina que, às vezes, é necessário dar um passo atrás para poder andar dois à frente. Com esta certeza decidimos retirar da Assembleia o projeto de identificação individual do rebanho bovino do Estado, de forma obrigatória e gratuita. Ainda há desinformação sobre o assunto, mesmo com os debates que promovemos ao longo de quase dois anos na Câmara Setorial, na imprensa e do assunto estar no centro das questões que envolvem a inserção dos alimentos no mercado mundial. Assim como há problemas de ordem cultural. 

Precisamos fomentar a modernização da pecuária no Estado. Criar condições para que a carne gaúcha, produzida nas mesmas condições de genética, clima e solo que a uruguaia, dispute fatias mais rendosas do mercado mundial. Por falta de identificação, não podem os produtores e a indústria rastrear os animais que vão para o abate, o que fecha as portas do mundo para o nosso produto. 
Ao contrário do Uruguai, que há sete anos rastreia de forma obrigatória todo o rebanho e que exporta com alta rentabilidade para o mundo, no Rio Grande do Sul apenas 170 propriedades identificam os animais. Por isso, o comércio, na maioria, se restringe a suprir o mercado nacional e, mais recentemente, abastecer ao mercado interno do Uruguai. 
Com a identificação, ofereceremos ao produtor ferramenta que qualifique, ainda mais, a gestão da propriedade. Para o Estado, que custeará os brincos, o sistema aperfeiçoará o controle sanitário e contribuirá para reduzir o abate clandestino e o abigeato. 

Tenho andado pelas feiras de primavera e cada vez me convenço mais de que não podemos perder a oportunidade de romper com o atraso e nos inserir na modernidade. Nossa matéria-prima é uma das melhores do mundo. Não é a toa que o Reino Unido quer comprar toda a carne que disponibilizarmos, desde que rastreada, conforme declararam seus agentes comerciais ao vice-governador Beto Grill recentemente. 
É uma grande responsabilidade que temos - governo, lideranças do setor, parlamentares e produtores - de não contribuir para que a pecuária continue perdendo espaço para outras atividades, fundamentalmente a soja. É nossa obrigação lutar para que a carne obtenha melhor remuneração e o produtor, mais renda. Só com competitividade, preservaremos esta importante atividade econômica e cultural do Estado. O cavalo está passando encilhado. 
*Secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
Artigo originalmente publicado no site do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em 14.10.2013

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