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A importância dos fitonematoides


Instituto Phytus
A cada ano vêm aumentando os problemas em função da ocorrência de fitonematoides. O elevado número de casos evidenciados em diversas culturas alerta para a capacidade desses microrganismos em causar danos. Nesse contexto, inúmeras perdas vêm sendo relatadas por produtores de várias regiões do país e do mundo. As perdas, na ordem de 10-30%, dependendo do nível de infestação da área, da cultura presente e do nematoide envolvido, podem atingir até 50-100%.
No Brasil, as espécies mais comuns associadas à redução na produtividade ou aumento do custo de produção, nas culturas como soja, algodão, cana-de-açúcar, milho, tomate, batata, cenoura, café, entre outras, são Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita (nematoides de galhas), Heterodera glycines (nematoide de cisto da soja), Pratylenchus brachyurus e Pratylenchus Zeae (nematoide das lesões radiculares) e Rotylenchulus reniformis (nematoide reniforme).
Estes microrganismos parasitam as raízes, provocando uma interferência nos processos fisiológicos da planta, tal como absorção e translocação de nutrientes. Isso ocorre devido à modificação, paralização ou à destruição de tecidos das raízes. Tais eventos são refletidos na planta, podendo ser observados sintomas típicos como: tamanho desigual de plantas, amarelecimento da parte aérea, desfolha e murchas nos horários mais quentes do dia, gerando os sintomas que normalmente manifestam-se como manchas ou reboleiras.  
Manejo e Controle
A identificação correta desses fitonematoides torna-se fator primordial no manejo e controle, pois, dependendo da espécie envolvida, as ferramentas são limitadas e devem ser aplicadas com cautela para que não favoreçam o desenvolvimento de outras espécies. Dentre essas ferramentas estão a rotação de culturas com plantas não ou má hospedeiras, cultivares resistentes, plantas antagonistas, controle químico via tratamento de sementes e sulco. É importante salientar que essas táticas não devem ser utilizadas isoladamente, pois dependendo do nível de infestação, os resultados podem não ser satisfatórios. Lembro ainda que, após a infestação em uma determinada área, a sua erradicação torna-se praticamente impossível. Portanto, as medidas de controle apenas reduzem a população de nematoides no solo, permitindo o cultivo de plantas suscetíveis.
Paulo Sergio dos Santos, pesquisador da área da Nematologia e colaborador ad hoc do Instituto Phytus, possui graduação em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário de Várzea Grande (Univag), especialização em Processamento pós-colheita de grãos e sementes, pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e é mestrando em Engenharia Agrícola na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Possui experiência na área de Biologia Geral, com ênfase em identificação e manejo de nematoides.
 Contato: [email protected]

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