Chegamos ao final do mês de fevereiro de 2008 e, contrariamente ao que se imaginava, os preços internacionais das commodities ainda não cederam. Pelo contrário, continuaram aumentando. O petróleo voltou a bater em US$ 100,00 o barril, enquanto a soja bateu seu recorde histórico em Chicago, atingindo, para o primeiro mês cotado, a US$ 14,66 por bushel, quando sua média histórica (35 anos) é de US$ 6,25. O óleo de soja quase triplicou sua cotação, chegando a 64,27 centavos de dólar por libra-peso, quando sua cotação normal gira ao redor dos 20 a 25 centavos por libra. O trigo chega a praticamente US$ 12,00 por bushel e o milho a US$ 5,30. No que diz respeito especificamente aos preços agrícolas, além da forte especulação existente no mercado, há o sentimento de que a busca por grãos para a fabricação de óleos combustíveis, assim como a constante demanda chinesa, associadas a uma oferta em relativa estagnação, seriam o motor de tal movimento. Vamos aos fatos! Os preços internacionais efetivamente subiram significativamente a partir de setembro/outubro de 2006. Junto a estes principais produtos agrícolas lembramos que suas cotações médias, em setembro/2006, estavam em US$ 5,42/bushel para o grão de soja; US$ 2,42 para o milho; US$ 4,07 para o trigo; 24,24 centavos de dólar por libra para o óleo de soja; e US$ 161,14/tonelada curta para o farelo de soja. Ou seja, no espaço destes últimos 17 meses, em Chicago a soja aumentou 170%; o milho 119%; o trigo 195%; o farelo de soja 130% e o óleo de soja 165%. Diante disso, os preços em Reais aos produtores de soja brasileiros e gaúchos aumentaram, porém, não na mesma intensidade. O preço médio da soja, no Rio Grande do Sul, para o produto no balcão aumentou “somente” 105% no período.
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