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A correção financeira continua


Argemiro Luís Brum

O mundo continua assustado com a correção financeira global que se acentua neste início de 2008. Iniciada em agosto do ano anterior, a partir do estouro da crise imobiliária nos EUA, o processo acabou desencadeando um conjunto previsível de estouros das demais bolhas especulativas mundo afora, inclusive no Brasil. E o mesmo, como já alertávamos ainda no segundo semestre de 2007, está longe de terminar. Na melhor das hipóteses o fundo do poço talvez seja alcançado em meados de 2008, provavelmente um pouco mais longe, por volta de setembro. Por um lado, a euforia especulativa sempre tem limites, e os ganhos absurdos nas bolsas de valores mundiais e particularmente na Bovespa, nestes últimos anos, não podiam continuar. Por outro lado, as demais bolsas mundiais, especialmente as de mercadorias como Chicago, que subiram no embalo também deste processo, além de elementos próprios a elas, começam a ser atingidas, confirmando a máxima de que “quanto maior a doença mais amargo o remédio”, ou ainda, “quanto mais alta a árvore mais forte o tombo”. Neste contexto, a Bovespa, de meados de dezembro para cá vem perdendo bastante, fato que exige muita calma dos investidores, particularmente dos pequenos. Não é hora de vender! A melhor hora foi no final de novembro, início de dezembro passado. Agora, necessário se faz esperar a tempestade passar, assimilar as perdas, e assistir, no longo prazo, uma retomada do mercado. Todavia, a tendência será de uma lenta recuperação, com ganhos menos intensos. Assim foi com as crises recentes de 1987, 1997 e 2000. E, como em qualquer ajuste, além dos que perdem, há os que ganham. No contexto bancário, por exemplo, nesta última semana as ações do Banco Bear Stearns caíram para US$ 2,00, contra US$ 20,00 em 1995.

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