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A correção financeira continua (II)


Argemiro Luís Brum

Isto porque este banco de investimentos estadunidense é um dos mais atingidos pela inadimplência provocada pelo estouro da bolha imobiliária nos EUA. A tal ponto que o JP Morgan acaba de comprar o quebrado Bear Stearns pela bagatela de US$ 236 milhões, ou seja, 10 vezes menos do que realmente valia tal banco em meados da década passada. Outros negócios proveitosos virão fato que permitirá ao mundo se recuperar. O problema é que, pela seqüência de crises, o sistema financeiro mundial e a ânsia especulativa de muitos parecem não aprender a lição. Aqueles que se deixam levar no embalo da euforia, sem estrutura para agüentar os solavancos do processo, acabam quebrando no caminho, fato que provoca um prejuízo econômico e social muito grande ao mundo. Paralelamente, com esta freada na economia mundial, embora países como o Brasil estejam mais organizados para enfrentarem tais crises, todos irão padecer. Os preços internacionais tendem a recuar, caso dos grãos, pois igualmente se sustentaram em combinações especulativas. E, tais preços, dificilmente voltam tão cedo, pois foram um convite a um aumento importante da produção mundial, num momento em que a demanda tende a frear parcialmente. Salvo problemas climáticos importantes nas regiões produtoras! Assim deverá ser igualmente com alguns minérios e mesmo com o petróleo. Já o ouro sobe, pois sempre foi um refúgio a momentos de crise. A liquidez mundial deve ser abalada, freando o avanço comercial de bens e serviços. Assim, mais uma vez o Brasil é pego no contrapé. Num momento em que aqueceu sua economia pelo estímulo ao consumo interno, reacendeu a inflação local. Para segurá-la, o artifício da elevação dos juros deve ser usado, pois falta capacidade produtiva, exatamente no momento em que reduzir os mesmos seria o caminho para manter o crescimento.

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