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Chuva ainda preocupa em Campo Novo

Previsões são de mais água para o resto da semana


A chuva ainda segue como ameaça sobre a região de Campo Novo do Parecis (387 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), mesmo assim, produtores tentam contabilizar os prejuízos deixados pelas inundações do último final de semana que cobriram áreas de lavouras recém-cultivadas com milho, milho pipoca e algodão. O município cultiva com soja metade da área do ‘irmão’ Sorriso (MT), mas detém o 10º Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, tamanha sua importância na produção agropecuária local. Ainda ontem, na hora do almoço, voltou a chover na região e quem não teve as propriedades alagadas, teve mais um dia de trabalho perdido, pois não foi possível colher a soja, que segundo estimativa dos próprios produtores, há cerca de 30% do total plantado no ponto de colher. 

A presidente do Sindicato Rural do Município, Giovana Velke, foi uma das produtoras que passou pelo maior susto nesse final de semana. “Onde plantamos milho virou um mar de água das chuvas, com água atingindo o capô da caminhonete. As imagens são chocantes mesmo. Felizmente, quando as águas baixaram, avaliamos a área atingida. Toda a área submersa era milho. Mas não houve perda total da área plantada, talvez uns 5% necessite de replante. Mas só semana que vem vamos saber ao certo o que realmente terá de ser feito”. 

Durante todo o dia de ontem a dúvida era saber até que ponto os estragos em Campo Novo do Parecis poderiam afetar a supersafra mato-grossense. Conforme Giovana, “as imagens que percorrem a internet, com lavouras alagadas eram áreas de milho recém-plantadas. Hoje (ontem) fizemos um levantamento nessas áreas e verificamos que a perda foi mínima, não ira afetar a produtividade do cereal no Estado”, disse ela, no final da tarde de ontem. E completou: “Hoje (ontem) já não há nenhum ponto de alagamento na área rural. Isso foi no sábado e no domingo”. Ao todo, foram mais de 300 milímetros de precipitações em apenas 48 horas. 

Mais do que o replantar, onde as águas atingiram grandes níveis, é possível que uma avaliação mais criteriosa de solo aponte a necessidade de reposição de fertilizantes, matéria orgânica e não apenas de sementes. Um trabalho que além de correr contra o tempo, para o melhor aproveitamento da janela agronômica da própria cultura que se encerra logo mais no dia 25, tem um custo médio só com insumos, no Estado, nessa safra de R$ R$ 1.322,23 por hectare. 

O ex-presidente do Sindicato Rural do Município, Alex Utida, destaca a preocupação com a soja que está em ponto de ser colhida. Ele conta que ele mesmo está com lavouras prontas e não consegue fazer o serviço. “Acredito que cerca de 30% da soja da região estejam prontas para colher e nossa maior atenção se volta para a essa soja, para que não ocorram perdas sobre elas”. Ainda como observou, “o que vivenciamos nesse final de semana foi inédito, jamais visto aqui no Estado. Quem não ficou prejudicado pelo volume das águas, está prejudicado pela constância das chuvas”. 

Para essa safra estão previstos 365 mil hectares de soja e 200 mil cultivados com milho. Poucos sabem é que Campo Novo do Parecis é o maior produtor nacional de milho pipoca do país – cultura que estava sendo plantada – e de girassol que ainda não estava sendo semeada. 

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